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quarta-feira, março 28, 2007

Voltando às Sessões de Câmara



Opinião de
João Rua



Da Sessão de Câmara de 27 de Março de 2007 guardo duas reflexões que a seguir vos exponho. Traduzem a minha opinião e uma certa inquietação com a forma como se vê e se pratica o Poder Local no nosso concelho mas também na generalidade do nosso país.


Reflexão 1

Constrange-me e causa-me alguma tristeza ouvir, sistematicamente, falar em apostar no desenvolvimento do Turismo no nosso Concelho e olhar para a qualidade do espaço público na Praia de Mira. Ou constastar o estado de profundo abandono dos espaços margens da Barinha (basta olhar a frente do Parque Campismo)... Não é lógico, não é compreensível... Algo não bate certo...

... e não serve a desculpa da Jurisdição e de sobreposição de Competências... desculpem-me mas não serve...

Há evidente falta de vontade e falta de capacidade de "ver e desejar as coisas, diferentes"... até porque a Praia de Mira existe e é parte importante do nosso Concelho para além dos meses de Julho e Agosto...


Reflexão 2

O S. Tomé está aí á porta. e mais uma vez, como é usual e tradicional, vamos embarcar numas Festas Concelhias sem que à partida, o Executivo estabeleça e defina concretamente qual o valor real que dá às Festas. Sim... aqui falo denúmeros... em dinheiro mais concretamente

... É exigido a qualquer acto de gestão pública pelo menos saber o que quer antes de decidir. E isto aplicado às Festa significa que o Executivo deveria dizer e assumir previamente qualquer coisa como : "Para as Festas de S. Tomé deste Ano reservo uma verba de tantos Euros ".

Sem isto e sem saber em concreto quanto custaram as anteriores Festas, do ano passado e do ano antes do ano passado e assim sucessivamente regredindo no tempo, como posso fazer avaliações ? Como posso tomar decisões ?

E não são preciosismos... muito menos má vontade.
São o reflexo do que é a Gestão Municipal ao sabor das marés e das vontades, sem o mínimo espaço para as bases de qualquer acto de gestão previamente pensada e amadurecida... É assim porque sempre foi assim... e é pouco, muitísissimo pouco...

Será assim com as Festas... e com o resto ?

domingo, março 04, 2007

Casas Florestais... e Esquecidas também...



Opinião de
João Rua

O trabalho e o estudo às vezes ocupam-nos demasiado tempo... Estive um pouco mais afastado do blog nestes últimos dias... e claro, volto a desafiar os bloguistas a apresentar neste espaços textos que lancem discussão ou expressem as suas ideias e perspectivas...

Um texto publicado na Voz de Mira despertou-me a atenção: " Casas dos Guardas Florestais - O que fazer com este património? ". De facto, às vezes as coisas importantes quando estão demasiado perto de nós quase que nos convidam ao esquecimento... E as Casas Florestais são um património demasiado importante na história e na memória das nossas gentes... mas se calhar estão também demasiado perto de nós....

... São, ou poderiam sê-lo, uma excelente oportunidade económica. Os exemplos que sugiro nas figuras mesmo ali em cima, demonstram-no. Basta pensar e fazer diferente. Basta dedicarmos importância às nossas coisas... Basta tratar do que é nosso e dos nosso valores que nos identificam como gente, mais que falar deles...

... Se há coisas que não entendo nem sequer compreendo, é o facto de haver um património por todos ou quases todos reconhecido e por ninguém ou quase ninguém tratado. Falo do Estado, evidentemente. Essencialmente do Estado Central e das suas Instituições mas também do Estado Local (Autarquia)... É sempre tudo demasiado difícil, há sempre inúmeras Entidades e regras, jurisdições e posses, há sempre desculpa para que tudo continue na mesma... tudo menos o património, o nosso património, que se vai degradando...

... Chama-se a isso INÉRCIA INSTITUCIONAL... e este é, a par da Diluição de Responsabilidades, onde são tantos os Responsáveis que a Reponsabilidade tem dificuldade em encontrar o Responsável, um dos principais problemas do país...

Fico feliz por ver que há gentes que conseguem vencer e desbloquear essa Inércia Institucional e fazer coisas... "pequenas coisas"... mas coisas importantes... Fico menos Feliz quando, por mero acaso leio o Jornal, e este me faz lembrar que já escrevi sobre tantas coisas e sempre me esqueci de dar a atenção e o destaque que as Casas Florestais mereciam e merecem...

A Pescanova atrai televisões, Jornais e promete emprego... e vejam o espaço e atenção que lhes dedicámos... As Casas Florestais representam a nossa história recente e vejam o esforço que fazemos por as manter dignas...

Mais uma vez... capacidade de estabelecer prioridades... e de ver para além do óbvio... são capacidades essenciais a qialquer Gestão Municipal equilibrada e que se quer de "bem com o Futuro"...