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sexta-feira, novembro 23, 2007

A praga dos Jacintos...



Texto de
Carlos Monteiro



Desculpem mais uma vez a minha insistência, mas não posso ser passivo a esta lamentável realidade, que é a morte anunciada dos nossos recursos hidricos. Não bastava já os problemas de poluição existente, para completar este quadro negro, só nos faltava agora esta praga de jacintos-de-água. As actividades turísticas e actividades náuticas, correm o risco de desaparecer, devido à praga existente.

Tecnicamente já sabemos que os jacintos-de-água, devido à sua capacidade de reprodução assexuada, são portadoras de uma certa agressividade, e colocam em perigo o equilíbrio do ecossistema onde estão inseridos, uma vez que formam um vasto tapete que interfere na penetração da luz, provocando um abaixamento dos níveis de oxigénio, o que pode levar à morte de muitas espécies. O jacinto-de-água dificulta o movimento de barcos; bloqueia os cursos de água; a decomposição de elevado número de plantas e a formação de águas estagnadas, conjugadas com elevadas temperaturas, são condições propícias ao aparecimento de insectos, alguns deles geradores de doenças, tais como a encefalite; aumenta também a perda de água por evapotranspiração e a sua biodiversidade.

A quem compete o controle da praga dos Jacintos, se é que é possível?!...quem deverá registar e comunicar esta “ameaça verde” a quem de direito?!...qual será a entidade responsável tecnicamente pela intervenção que a situação exige, para repor o equilíbrio ecológico local.

Há pouco tempo através de uma associação da Praia de Mira, houve uma tentativa de remover estas plantas, compreensivelmente e por não possuírem meios, deixaram as plantas nas margens da Barrinha à espera de recolha. As plantas recolhidas entraram em decomposição, libertaram nutrientes e estimularam novamente o crescimento do mesmo tipo de plantas. Por isso todo o trabalho voluntário realizado por essa associação revelou-se infrutífero.

A solução é manter os nutrientes fora das águas navegáveis, longe das suas margens. Á medida que os fertilizantes se tornam cada vez mais caros, haverá um uso mais eficiente e menos residual dos “indesejados” jacintos, depois de sofrerem um processo de compostagem, servem como fertilizante para a agricultura ou de áreas florestais.

Na Pateira de Fermentelos, a autarquia adquiriu uma ceifeira-aquática que está a limpar aquela laguna da praga de "jacintos-de-água", com uma capacidade de carga entre 12 e 13 m3 e respectivo equipamento de apoio (atrelado com guincho para carga e descarga da ceifeira e tapete rolante para descarga do material vegetal. Os jacintos que são removidos são posteriormente utilizados na floresta, como fertilizante natural.

Investigadores da Universidade de Aveiro não deixaram de considerar o método bom, mas muito moroso. De facto “não há métodos ideais” para acabar com a praga dos jacinto-de-água, existindo, contudo, “várias formas de os minimizar e controlar”.

Dai a necessidade urgente de retirarmos os jacintos-de-água do nosso sistema hídrico. A qualidade ambiental do nosso sistema hídrico é um factor essencial, para o desenvolvimento turístico e para uma boa qualidade de vida das populações.

sexta-feira, novembro 16, 2007

2.º Aniversário. Começo do 3.º Ano...




Texto de
João Rua



... e aos pouco, quasesem darmos por isso, já passaram 2 anos desde que o Mirapolis colocou no seu espaço o primeiro post...
Na minha opinião acho que tem valido a pena. Apesar de nem sempre a discussão encontrar o melhor enquadramento, apesar de o espaço não ser assim tão partilhado, apesar de um ou outro excessos, o essencial é o o Mirapolis criou um espaço de debate, de opinião ou, no mínimo, de desabafo...
É assumidamente um espaço de crítica e abertoà crítica.
E aos pouco Mira tem também na Internet uma multiplicidade de espaços de opinião, de participação, de troca e partilha de pontos de vista que há dois anos atrás não imaginava...
A todos os participantes um grande abraço... e PARABÉNS...
Vamos para o arranque do terceiro ano. Voltamos a desafiar para mais gente enviar textos e opiniões...
Bora lá ?

quarta-feira, novembro 07, 2007

Deliberação 2253 /2007 - PU Vila de Mira




Opinião de
João Rua


O Plano de Urbanização para a Vila de Mira entrou, finalmente, em vigor. É só mais um plano mas integra um conjunto de reflexões e de propostas que podem ajudar a "pensar e a construir" uma Vila melhor, mais atractiva e mais agradável.
Tal como todos os planos também não será este que resolverá os problemas. Mas sugere, alerta e lança desafios ambiciosos.
O principal problema dos planos é levá-los á prática. A tentação de ficarmos sempre pelo mais simples e o mais óbvio (que é o " já podemos construir mais...") é demasiado grande e tende a desvalorizar as questões essenciais. E na Vila de Mira existem também algumas como por exemplo:
- A definição de um centro urbano mais propício à sua vivência porque hoje não é fácil identificar onde está actualmente o verdadeiro centro da Vila;
- O envolvimento urbano, que deve ser cuidado ao nível do desenho e da estrutura, de toda a área concentrada, e excessiva, de localização de equipamentos
- O grande parque urbano que envolve a Lagoa e possibilita a ligação ao Casal. Este sim um desafio para 15 ou 20 anos...
- A chamada de atenção para um centro urbano qualificado como é Portomar ou a identificação do que todos achamos lógico melhorar, como o largo da Feira de Portomar...
- Uma nova organização viária e a sugestão de estruturação viária e urbana para os grandes "espaços desocupados" no centro de uma Vila que se deseja, urbana. E aí o quarteirão envolvente à Igreja e a ocupação marginal da Avenida constituem exemplos de áreas que merecem atenção, desenho e acima de tudo cuidados redobrados no licenciamento.
A ideia central do plano de urbanização da Vila de Mira pode resumir-se a três preocupações:
- Não licenciar edifícios, caso a caso, sem ter um prévio enquadramento de desenho e de programa para áreas coerentes e lógicas. Isso implica "negociar e motivar" os promotores e saber dizer "sim" mas também saber dizer "não"...
- Ter sempre presente um modelo urbano para a Vila com a ideia precisas e concretas para os centros e as centralidades
- Dar e garantir especial atenção ao que não é "imobiliário" . Evidentemente que os espaços públicos são fundamentais e o Parque Urbano um dia tem de começar a ser pensado...
Estas breves notas não são mais que um pretexto para lançar o desafio aos leitores acerca do que "queremos e desejamos" para a Vila de Mira...