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quarta-feira, dezembro 17, 2008

Orçamento 2009




A crítica, quando sustentada e no sítio certo, não diminui, nem quem critica nem quem é criticado... Antes pelo contrário. É uma forma de afirmar diferenças e de estimular capacidades de reflexão e de avaliação, e até mesmo, de auto-crítica... Os vereadores do PSD, a propósito do orçamento para 2009, apresentaram uma declaração de voto que causou, aparentemente, e na minha opinião, demasiada e despropositada irritação ao Executivo com Pelouros... Para que cada um possa fazer o seu juízo de valor, deixo aqui expresso essa mesma declaração de voto, que diz, exactamente, o que a seguir se apresenta:


Declaração de Voto


Nós, Vereadores eleitos pelo PSD, Carla Rumor, João Rua e Luís Rocha, votamos contra o orçamento para 2009.

Um orçamento é um documento que traduz o pensamento estratégico, estruturado e sustentador das orientações e das opções de gestão. Deve traduzir opções de política assumidas enquadradas numa lógica de gestão equilibrada, coerente e racional. Nós não nos revemos na filosofia de gestão que nos é aqui apresentada. Nem na forma, muito menos no conteúdo.

Trata-se, na nossa opinião, de um orçamento cego, surdo e mudo.

Cego porque apenas vê o que quer e deseja ver. É virado para si mesmo. Um pouco até egocêntrico. O texto de apresentação do orçamento mais se adequa a um manifesto partidário do Partido Socialista de Mira, do que, propriamente, a um documento de um órgão Executivo de Gestão. Expressões, em pleno texto do Orçamento e Opções do Plano para 2009, como “Queremos continuar com uma política de rigor, numa época em que outros menos responsáveis apregoam facilitismos.”, constituem exemplo paradigmático e, mais do que dispensáveis, não dignificam, nem o documento nem sequer o próprio Executivo.

Surdo porque não ouve ou não quer ouvir os sinais do contexto de crise nacional e internacional. Vivemos tempos difíceis no que respeita ao emprego e ao crescimento e o orçamento sugere um aumento de cerca de 20% com o pessoal e, não vislumbra nenhumas acções ou projectos de apoio e incentivo ao tecido produtivo e empresarial. O Parque de Negócios continua esquecido, a qualificação das áreas industriais também, quando os tempos difíceis que se adivinham aconselham a investir, não no supérfluo, mas no essencial: apoiar as empresas, reforçando o investimento público nas áreas de apoio e incentivo à dinamização do tecido empresarial local e, assim, promover a manutenção e criação de emprego e de crescimento económico, e tornar Mira mais competitiva, mais atractiva e com melhores condições de vida para oferecer aos Mirenses. É surdo ainda porque não integra uma única, por mais pequena que fosse, das propostas que os vereadores do PSD foram apresentando ao longo do tempo, e foram muitas…

É mudo, porque não consegue transmitir quais são, na verdade, as verdadeiras prioridades de gestão e de desenvolvimento. Se existem, infelizmente, não se notam.
Como se pensa desenvolver o Turismo?
Como se pensa desenvolver o tecido produtivo e criar condições para atrair mais investimento e criar mais emprego?
Como se pensa afirmar a Imagem de um Concelho mais competitivo e mais atractivo?

O orçamento fica, assim, reduzido a um mero exercício contabilístico, onde os números da despesa anunciam um ano de gastos, sem se vislumbrar, quais as mais valias, efectivamente, esperadas e geradas, para Mira e para os Mirenses.

Mira, merecia, mais, melhor e diferente !

Mira, 11 de Dezembro de 2008

Os Vereadores do PSD