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domingo, fevereiro 26, 2006

Teatros Políticos







Texto de
António Jorge Menezes
(Título imagem: ciência política)

“Tantas são as peças e mais os actores …não tantas e tantos vistos e devidamente apreciados como gostaria …” recordei sorrindo ao reler o artigo do João Rua (Jantar de Idiotas e Sessão de Câmara) agora publicado no Jornal “ O Gandarez “ e retirado do Blog www.mirapolis.blogspot.com

Globosfera chamou-lhe o Veríssimo no “Jornal da Gândara”! Certamente bem pensado se intuirmos o fosso existente entre a ingenuidade daquele que acredita numa CULTURA POLÍTICA de PARTICIPAÇÃO e depara com a realidade, muitas vezes, demasiadas diria, vazia, num palco real / local.

È claro que a democratização de meios potencia a utilização dos mesmos abrindo a cada ser pensante um espaço de opinião e de crítica, recorrendo a tons e conteúdos de discurso só por cada um escolhidos e que reflectem, com toda a certeza, o sentimento ou a personalidade de quem o escreve. È um direito e por vezes um dever – o de opinar, o de reflectir, o de provocar assim como o de respeitar e de se auto-responsabilizar.

Pela profissão que exerço e muito pelas relações humanas que tenho mantido, apreendi, por um lado que “ Não devo procurar um culpado, mas sim encontrar um remédio, uma solução! Qualquer pessoa se sabe queixar…” (Henry Ford ); por outro e já implícito, que se um homem não deve ser essencialmente racional, deverá pois reflectir com a razão e falar/ escrever/ actuar também com a emoção mas, sempre, com a objectividade que os “outros” ou o assunto lhe merecem.

Não me espanta, portanto, a teatralidade ocorrida no Palco de qualquer sessão de Câmara ou mesmo a dramatização da escrita de qualquer artigo de opinião. Estamos a viver um tempo de narcisismo e individualismo exacerbados em que, se valoriza Imagens exteriores e não actos. Perde-se a certeza dos valores em favor da superficialidade dos bens materiais adquiridos e expostos para os outros observarem. Perde-se a consciência do que é verdadeiramente importante em favor do que é notícia para os Jornais e restante Imprensa. Se fosse pessimista acreditaria ser este o novo e actual espaço da CULTURA.

Mas não sou, e assim, junto-me ao João Rua mesmo correndo o risco de me situar na Globosfera! Acredito que com Persistência, Consistência de Discurso e Actos, Visão e Ambição Positiva…conseguir-se-á a UTOPIA. Utopia de uma CULTURA POLÍTICA de PARTICIPAÇÃO pluricultural, policromática, reformulando a já velha ideia de Aristóteles de que, da divergência de vivências e opiniões se constrói o equilíbrio. Participação de cada um e de todos onde se possa inflectir a tendência da marcha do Sistema, caminhando e construindo a auto-estrada de uma Democracia madura, deixando de lado o ACESSÓRIO e rumando ao ESSENCIAL! Bora lá…

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