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quarta-feira, março 15, 2006

“E DEPOIS DO ADEUS...”



Texto de
Filipe Ramos Mendonça

(antevendo as comemorações do 25 de Abril)



Para quem conhece a música, torna-se audível evocá-la, cantando variando “quem somos e o que fazemos aqui”… no nosso País.

Os consecutivos estudos sobre os padrões de pobreza têm colocado sempre Portugal no termo da lista, com taxas superiores a 50% sobre o rendimento médio Europeu. Os “dez por cento” mais ricos de Portugal absorvem mais de um quarto da riqueza produzida no País. Monopólios ou Oligopólios?

Somos o País mais pobre da CE e um dos mais pobres da Europa, com uma enorme taxa de corrupção e criminalidade.

Nos anos sessenta Portugal era, neste aspecto, bem diferente, num quadro comparativo bem dissemelhante. Evolução significa comparar, enquadrar, situar na época (o mundo e Europa)... óbviamente não podemos igualar o Estado Novo às tendências mundiais da nossa actualidade. Mas podemos fazê-lo quanto ao seu período. Em Portugal expropriaram as terras porque a “terra é de quem a trabalha”, cantou o povo em palavra de ordem… e ninguém as soube gerir.

Antes havia trabalho. Hoje ninguém lhes quer tocar. Terras e terras ao abandono, para sorte dos espanhóis e holandeses que lhes chamam de “terra prometida”. Terras que só não servem para nós.

Não se faz história apagando a memória. E durante três décadas, para se fazer a história, apagaram-se os Combatentes da memória. Esqueceram-se os mortos, os nomes proferidos, os insultos ao vento… vergonha de um povo que se auto-flagela constantemente, prostituindo-se politicamente em troca de pequenas e falsas promessas dos “senhores da política”.

Espero que não me condenem por esta posição. Sei bem que a “pseudo-dissidência” política ainda é punida, hoje de forma bem pior, com outras... representações. Por vezes, senão quase sempre, a democracia é só para alguns beneficiarem.

Outros vendem-na, a preços especiais para otários ou em promoções para pacóvios.

E nunca uma palavra tão pura, como Liberdade, serviu de tino para tanta irregularidade estupenda. Todos olham para trás e dizem: “fizemos uma enormidade”. Não fosse o 11 de Março e teria sido uma grande anormalidade…

Mas ninguém fez o essencial – trabalho. Abril está por cumprir, essa é a verdade.

E como não sou ignorante, e afinal penso pela minha cabeça, aprendi com os “maus” as coisas boas e com os “bons” as coisas más…

Lembrarei o período inicial do Estado Novo até meados de quarenta como um período de evolução, singular, talvez momento único na nossa história. Lembrarei conjuntamente o seu período final como exemplo descrente de abuso de poder e decadência...

Mas evocarei Salazar como um homem que dedicou a vida ao País, que lhe deu um rumo concertado e organizado após o desaire das primeiras repúblicas. Um homem que morreu com o que nasceu, ao contrário dos que agora “engordam” às custas do oportunismo que se instalou no país no “26 de Abril”. Uma qualidade a admirar.

Não “comerei” as ideias vendidas por igual propaganda (agora democrática), quando os livros da nossa história desvendam uma outra realidade... que não em tudo enegrecida. Chega de exultar constantemente um passado recente que afinal nem foi assim como é contado, e vamos perspectivar um futuro prático. Parece que tudo parou em 1982…

Talvez Salazar tivesse razão em não querer entregar o país ao corporativismo maçónico. Condenemos o regime, a ditadura, mas não esqueçamos a ordem e o serviço. Nem tudo eram espinhos.

Mas entre proveitos e tormentos, a balança pendeu sobre a dificuldade. Lembrarei Abril como renovação, nova esperança.

Mas “e depois de Abril”?
Confirmamos que não houve renovação. Sabemos que os dependentes do sistema são cada vez mais, e quanto maior a sua família, mais se agarram à dita “mamadeira”.

Aos que agora começam a luta, força para agarrar os destinos da nação. Nunca esquecerei Abril, mas recusarei ficar por aqui. Há mais, muito mais. Este País é muito mais do que simplesmente “Abril”…

Muito ainda há por fazer. Para que a expressão “Democracia” tenha uma certeza. Para que possamos rentabilizar a herança legada de uma liberdade para construir, para prosseguir adiante... para cumprir o “terceiro D” – de desenvolvimento.

Após três décadas, chega de utopia e nostalgia do passado. Aprender com a experiência, aplicar com determinação o exercício.

15 Comments:

  • At 21:33, Anonymous Anónimo said…

    É verdade, Abril foi oportunismo.

    O momento é de organização e mobilização para algo renovado e evoluído.

     
  • At 21:38, Anonymous Anónimo said…

    Um pouco neo-fascista, não vos parece?
    Este Mendonça é um revolucionário, não um renovador.

    É um Facho de certeza...

     
  • At 23:58, Anonymous Anónimo said…

    Falas bem "prostituindo-se politicamente em troca de pequenos e falsas promessas dos "senhores da politica" Estás a fazer uma auto-analise? Afinal quem paga o teu jornal e do teu parceiro? Que relaçao mais contranatura! O PP com o PS. As cambalhotas que tu dás! Tu e o minorca do Carlinhos Mendes sao os cromos cá do sitio!
    JÁ todos vos toparam ....

     
  • At 20:08, Anonymous Anónimo said…

    o anonimo ainda não topou nada... é mesmo um cromo.

     
  • At 20:25, Anonymous Anónimo said…

    Força Mendonça! Fala as verdades como tens feito que já há muito PSDs e PSs à rasca... com o caso cooperativa.

    Trabalhei lá. Sei como foi.
    Coragem e tu sim mostras quem és!
    Não ligues aos invejosos anónimos, que deles não reza a história!

     
  • At 00:42, Anonymous Anónimo said…

    NOTA DO AUTOR

    Caro sr. ANONYMOUS:
    Vejo que V. Exª está longe de entender seja o que for de política e o sr não "topa" nada.

    Aconselho a consultar os valores pagos pela C.M.Mira aos jornais locais e surprenda-se com os resultados. E já agora faça-o numa perspectiva progressiva, do anterior executivo até ao actual.

    O Sr. é efectivamente um palhaço. DANÇA MAS NÃO SE MOSTRA. QUE ENGRAÇADO... E cobardolas tb. Fala do que não entende.
    Foi o "sr do realejo" que mandou o macaquinho falar do que não entende? Foi?

    Olhe bem ao redor e perceba que se há jornal que "não tem côr" é este, entendeu? É isso que não agrada a muita gente...


    Acusações e suspeições têm tratamento jurídico. Tem suspeitas? Avance para tribunal.
    E já agora, tem "tomates"? Identifique-se e jogue por igual.

    Os cobardolas desta terra ladram muito...
    Seja "alguém" e seja sério e tome posições, identificando-se.

    E prudência meu caro, muita prudência.

    Mendonça Ramos

     
  • At 09:40, Anonymous Anónimo said…

    Ui ui o nível do rapazinho. Mais vali ficares anónimo filho.vergonhoso

     
  • At 17:51, Anonymous Anónimo said…

    IRRRRRRRRRRRRAAAAAAAAAAAAAA

    O home passou-se. Entao nao querem lá ver que acertaram na mouche. O home prostitui-se! Vejam primeiro era só love co Rato Frade, ele batia as palmas eo mendonça abanava o rabo, depois tentou um namoro à moda antiga co Maduro mas nao foi correspondido, depois chamou aquela figura bizarra, algo parecido cum advogado, e formou uma lista á camara, durante a noite o tal "advogado" encontra-se amiúde co Reigota pra combinar a estratégia, agora vemos o que queria:renogociar a cooperativa(coitadito ainda pensava que havia alguma coisa pra roer). Agora o mendonça é dono de um jornal!!!! E cum quem? O Carlitos Mendes, o cao amestrado do Reigota! Mas nenhum deles tem dinheiro, vivem de expedientes.
    Aqueles rapazes do parque eduardo sétimo nao dao tantas cambalhotas.
    Assume-te, se és homem.`
    Ó Joao desculpa este comentário mas o rapaz pediu-as.

     
  • At 17:58, Anonymous Anónimo said…

    Alguém me explica o que faz esta figura na nossa terra?
    Ainda por cima tem a mania que é intelectual. Já tiveram a seca do ouvir falar? Parece o grilo falante da camara, fala de tudo e nao diz nada. Anda sempre em exames ...

     
  • At 18:57, Anonymous Anónimo said…

    Parece é que o dito rapaz incomoda muito PSD cá da terra.
    Serão vós os que votaram contra colocar o rapazinho na lista à AM?

    Ainda não acordaram?

    sempre fui do PSD, mas vejo que há muita garotada nesta comissão política.

     
  • At 21:45, Anonymous Anónimo said…

    Entao o namoro à moda antiga era um lugar na AM? E a comissao politica nao deixou?
    O rapaz nao vale nada mas aquela comissao ainda valia menos.Todos estavam na grelha de partida para a corrida. O Maduro ser candidato baralhou tudo. Não sou PPD mas votei Maduro.Agora entendo as atitudes na campanha.

    O Reigota teve cá uma sorte.

     
  • At 00:26, Anonymous Anónimo said…

    cá para mim o rapaz sabia mais que todos os PSDs na altura...

     
  • At 09:42, Anonymous Anónimo said…

    O mendonça atingiu o objectivo dele.pôr os ppds à garreia. tambem nao é dificil. viu-se quando estiveram na camara. puseram-nos a garreia no instante. ora vejam la agora se o reigota e o martins e a sandrita no aguentam tudo caladinhos. ninguem os ouve. falam todos pela voz do grego.à pois é ssim que se faz. sabiam? aprendam que no instante estão la outra vez e nao se esqueçam de começar ja a garreia pra ver quem vai na corrida. ja so faltam 3 anos e qualquer coisa

     
  • At 00:34, Anonymous Anónimo said…

    nao banalizem as causas da revoluçao, nao ofendam a memoria dos que arriscaram tudo. se a escola nao vos ensinou nada vao á biblioteca e leiam.depois procurem quem viveu e participou no antes e depois do adeus, usem o cérebro.

     
  • At 01:03, Anonymous Anónimo said…

    Dr Mendonça Ramos

    Nao conheço as suas origens, a sua familia, apenas sei que é natural do distrito de Viseu. Nota-se que tem "tiques" de betinho, comenta-se que frequenta muitos cursos. O Dr fala de Salazar com uma certa admiraçâo. Está no seu direito. E sabe porquê? Porque vivemos em democracia. Extrapola e diz que uma das consequências da revolução é o número assustador de dependentes do sistema. Quando o Dr largar a mamadeira, terá alguma razão para falar. Esclareça-nos e diga o que já fez pelo desenvolvimento deste país, além de mamar. Ainda conheço alguns Homens que lutaram e nada mamaram. Por eles, contenha-se e tenha decência.

     

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