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quinta-feira, março 16, 2006

UM RUMO PARA O FUTURO I

"Um Rumo para o Futuro"
foi publicado no Jornal "VOZ de MIRA"

Texto de
Honório Campante



Olha quem fala…


Tenho lido, com particular interesse, os textos divulgados na Voz de Mira e no Mirapolis do João Carlos Rua.

Parte deles, à primeira vista, são feitos num registo que pode sugerir uma espécie de “big brother” da gestão autárquica local, mas na realidade têm mais o objectivo de desmistificar e, principalmente, de nos dizer que o rei vai nu. Pode ser incómodo, pode ter alguma subjectividade, pode expor os protagonistas (incluindo o próprio) e até caricaturar, mas convida-nos a exercer o nosso direito de interpretação, e depois de dizer de nossa justiça, de avaliar e de criticar. É esta perspectiva que me leva a apreciar os méritos das intervenções do João Rua.

Outra parte, mesmo que aparentemente cheio de generalidades e lugares-comuns (ou talvez não tão comuns…), são rasgos de bom senso, ao ponto de ficar a ideia de que qualquer pessoa está, obviamente, de acordo, e espelham uma sensação que partilho: o défice estratégico na orientação das decisões e nas acções. Pior ainda, pelo facto de não ser de agora e por não vislumbrar capacidade para uma mudança efectiva deste tipo de actuação.

Não me custa admitir o pensamento estratégico numa forma mais empírica. Mas assim é mais facilmente confundido com o improviso estratégico e tem sido, com frequência, abusivamente utilizado para justificar as decisões tomadas e dar fundamento estratégico à posteriori da acção, orientadas sobretudo para a procura de benefícios a curto prazo, sem a preocupação de ponderar e antecipar as consequências para o futuro ou de as utilizar como alavanca de desenvolvimento.

Numa das ideias que apresenta, surge a importância do poder autárquico de dinamizar e incentivar a participação das pessoas, individuais ou colectivas, da sociedade civil. Sugere-se um conselho consultivo. Se concordo no essencial, tenho uma opinião diferente quanto à forma. É que um conselho consultivo, não desfazendo na sua mais valia, teria sempre como pano de fundo uma conotação e colagem ao poder político vigente, podendo limitar quer os resultados ao politicamente correcto, quer a abrangência da participação. Diria mais, a responsabilidade não é apenas do poder autárquico, mas de cada um de nós, em particular, e de todos, em geral.

O principal é, obviamente, a participação dos Mirenses. E, em jeito de desafio, o Paulo Gabriel colocou, em minha opinião, o enfoque no sítio certo ao referenciar o papel do associativismo (ou movimento cívico) e independência do poder político como a forma democrática por excelência para o exercício da cidadania.


Crónica de Uma Morte Anunciada…


A ideia de uma Associação Cívica não é nova. Em Julho de 2005, em plena pré-campanha das autárquicas, vários Mirenses demonstraram vontade e disponibilidade em criar um movimento associativo com o objectivo de analisar e debater os principais problemas com que MIRA se deparava (e depara!) e as perspectivas de futuro, de modo a puderem sensibilizar as entidades competentes das suas principais preocupações, bem como de sugerir linhas de orientação e ideias/projectos que permitam o desenvolvimento sustentado de Mira.

Quando participei neste encontro ad hoc vi-me rodeado de um conjunto de Mirenses, alguns que muito respeito e que têm provas dadas em prol de Mira. Anui em ser um dos elementos com a responsabilidade de dinamizar este movimento associativo, formalizando a sua criação. E, na minha opinião, este processo era inadiável.

A total independência seria assegurada se fosse garantida a sua criação antes das autárquicas, permitindo evitar qualquer colagem aos resultados eleitorais. A blindagem dos estatutos à sua constituição como força política, mesmo que independente, e a sua candidatura (ou de qualquer dos seus membros em seu nome) a cargos públicos permitia reforçar o seu cariz cívico. Pela parte que me toca, não eram definitivamente estas as motivações. Sem poder afirmar os motivos, esta ideia não se concretizou antes das eleições, e será agora difícil que se venha a concretizar, pelo menos com o enquadramento original. Concluiria, simplesmente, que prescreveu.


1 Comments:

  • At 10:24, Anonymous Anónimo said…

    Uma sugestão: Escrevam textos perceptiveis pelo comum dos mortais. Estes textos politicos com aspiração a literários que, por muito que se negue, nais não são do que tentativas de organização de algum moveimento cívico, dão-me sono!!!
    Lamento...mesmo assim prefiro o estilo Lurdes Mesquita!!!

     

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