Estradas...
Opinião de
João Rua
Variante a Mira e A-17. Sem colocar em causa, antes até, sem deixar de elogiar a actuação do Executivo na gestão destes dois projectos, convém lembrar alguns outros passos essenciais.
A Variante a Mira foi pensada na lógica de um Plano Rodoviário Municipal. Deste plano constavam ainda as circulares Norte e Sul, que garantiam um melhor acesso à Praia de Mira e um conjunto de outras vias estruturantes e estruturadoras do modelo territorial do Concelho. Tudo tinha um sentido e um objectivo. Tudo havia sido previamente pensado e estruturado. Tudo se encontra no Plano Director Municipal, do início dos anos 90, e ainda hoje em vigor.
Neste mesmo Plano Director, já consta o traçado indicativo, do que é e será num futuro próximo, a A-17. Na altura designado por IC-1, teve também fortes discussões com as Entidades envolvidas no acompanhamento desse Plano, para assegurar a localização dos 3 nós essenciais ao Concelho. Já desde essa altura, a A-17 era uma obra e um projecto da Administração Central. Mais uma vez, o Plano Director Municipal assinala e representa essa intenção, da via e dos respectivos nós essenciais a Mira, como também expressa e esboça o modelo de novas acessibilidades necessárias criar para o resto do concelho. A circular Nascente e o acesso ao Montalvo eram e continuam a ser prioritárias.
A mensagem que retiro daqui é que, a preceder qualquer obra existe sempre uma capacidade de pensar e estruturar o futuro. Fizeram-no e bem anteriores executivos. E não foi há tanto tempo assim. Rocha de Almeida, Fernando Moutinho e Lícinio Cruz eram o Executivo com Pelouros na altura.
É evidente que depois vem o esforço e a energia necessárias à garantia de execução dessas obras. E mais uma vez, fizeram-no e bem os Executivos de João Reigota (negociou e executou o primeiro troço) e do Mário Maduro (negociou com a Administração central a execução da segunda fase sem qualquer custo financeiro directo para o município de Mira).
Hoje as obras estão no terreno e a tentação da sua apropriação é tão irresistível quanto evidente. É um reflexo da sociedade em que vivemos. Interessa o imediato. Interessa é cortar a fita. Seja lá de quem for a responsabilidade ou o envolvimento. Seja lá de quem for ou de quem tinha sido, a capacidade de pensar e de ver mais além...
E quando assim é, corremos o risco de termos obras sem sabermos o que fazer com elas. Quero dizer com isto que tendo já a A-17 e um nó às portas do Concelho, podendo ter a curto prazo a Variante a Mira e o resto da A-17 com mais “nós”, é incompreensível não se ter uma estratégia de desenvolvimento sustentada e coerente. Basta olhar para a Zona Industrial, mesmo ali ao lado de um nó de Auto-estrada e ver o aspecto e a atenção que lhe é dispensada.
A Variante a Mira foi pensada na lógica de um Plano Rodoviário Municipal. Deste plano constavam ainda as circulares Norte e Sul, que garantiam um melhor acesso à Praia de Mira e um conjunto de outras vias estruturantes e estruturadoras do modelo territorial do Concelho. Tudo tinha um sentido e um objectivo. Tudo havia sido previamente pensado e estruturado. Tudo se encontra no Plano Director Municipal, do início dos anos 90, e ainda hoje em vigor.
Neste mesmo Plano Director, já consta o traçado indicativo, do que é e será num futuro próximo, a A-17. Na altura designado por IC-1, teve também fortes discussões com as Entidades envolvidas no acompanhamento desse Plano, para assegurar a localização dos 3 nós essenciais ao Concelho. Já desde essa altura, a A-17 era uma obra e um projecto da Administração Central. Mais uma vez, o Plano Director Municipal assinala e representa essa intenção, da via e dos respectivos nós essenciais a Mira, como também expressa e esboça o modelo de novas acessibilidades necessárias criar para o resto do concelho. A circular Nascente e o acesso ao Montalvo eram e continuam a ser prioritárias.
A mensagem que retiro daqui é que, a preceder qualquer obra existe sempre uma capacidade de pensar e estruturar o futuro. Fizeram-no e bem anteriores executivos. E não foi há tanto tempo assim. Rocha de Almeida, Fernando Moutinho e Lícinio Cruz eram o Executivo com Pelouros na altura.
É evidente que depois vem o esforço e a energia necessárias à garantia de execução dessas obras. E mais uma vez, fizeram-no e bem os Executivos de João Reigota (negociou e executou o primeiro troço) e do Mário Maduro (negociou com a Administração central a execução da segunda fase sem qualquer custo financeiro directo para o município de Mira).
Hoje as obras estão no terreno e a tentação da sua apropriação é tão irresistível quanto evidente. É um reflexo da sociedade em que vivemos. Interessa o imediato. Interessa é cortar a fita. Seja lá de quem for a responsabilidade ou o envolvimento. Seja lá de quem for ou de quem tinha sido, a capacidade de pensar e de ver mais além...
E quando assim é, corremos o risco de termos obras sem sabermos o que fazer com elas. Quero dizer com isto que tendo já a A-17 e um nó às portas do Concelho, podendo ter a curto prazo a Variante a Mira e o resto da A-17 com mais “nós”, é incompreensível não se ter uma estratégia de desenvolvimento sustentada e coerente. Basta olhar para a Zona Industrial, mesmo ali ao lado de um nó de Auto-estrada e ver o aspecto e a atenção que lhe é dispensada.
8 Comments:
At 11:40, Anónimo said…
Caro João Rua
O seu texto e a sua opinião surgem como mel para certas abelhas esfomeadas... abelhas obreiras, daquelas que trabalham a sério (não das outras, nocivas).
As estradas do concelho estão como estão e já não é de hoje, nem sequer de ontem, que reparos consecutivos por parte de municipes e outros interessados surgem com um sentido unico, o de trazer a publico aquilo que todos nós, os que conduzem, sentem ao circular por Mira. A situação, entre outras, continua sem que consecutivos executivos actuem no sentido de melhorar as vias de comunicação concelhias...
Quanto à necessidade de glorificarem com obras projectadas, previstas ou realizadas por outros executivos, creio que é um habito nacional, que a nivel local tambem assume relevância. Basta pensar-mos no rol de obras que autarcas se apressam a inaugurar em periodos pre eleitorais (algumas mesmo inacabadas), obras que já existiam e são re-inauguradas (salva se a festa!), entre outras recambolescas atitudes. O povo, esse já habituado a estas peripécias e tropelias, ri de mansinho e coloca a nú as fragilidades deste ou daquele, o curioso é que continua a votar da mesma forma, cometendo, consecutivamente os mesmo erros, vindo depois lamentar se publicamente por esta ou aquela medida.
É a vida no seu melhor, pena que quem pode não faça também o seu melhor para que não só a vida, mas também nós estivessemos ao nosso melhor.
Deveriamos sim fazer mais... e melhor
Cordiais saudações
João Luís Pinho
At 17:25, Carlos Monteiro said…
Amigo João,
Na questão de acessos ao Concelho, tendo em conta as obras em curso e as que se vão iniciar, até nem estamos muito mal!
Quanto ás vias municipais e à sua manutenção, também é verdade que algumas se encontram em estado de degradação. Fico com a ideia de que as coisas não são para se fazer, são para se ir fazendo... muito, muito devagar.
Quanto aos louros de obras pensadas e feitas, dada a partidocracia que se instalou, o poder reparte-se mais ou menos ciclicamente por uns ou por outros. Por isso as contas devem andar ela por ela. Lembro-te por exemplo da inauguração da 1ª fase da A17.
Quanto a desenvolvimento sustentado, de facto é uma desgraça. Concordo que os últimos anos têm sido pouco dinâmicos e vazios de ideias.
Nas campanhas eleitorais, todos os candidatos nos parecem a Madre Teresa de Calcutá de tão bons servidores deste Concelho. Depois de eleitos, é crónica a sua atracção pelo abismo. Geralmente inventam-se obras quando se aproxima a hora das eleições e a politica de planeamento coerente, a pensar no futuro em termos de desenvolvimento sustentado, vai ficando adiada.
Não basta dizer que temos ideias, é necessário interioriza-las e operar com elas, em quaisquer circunstâncias, mesmo que estejam em causa pessoas que pensem diferente, desde que o façam no exercício dos seus direitos.
Enquanto isso...resta-nos a simpatia apática dos locais e o enquadramento paisagístico muito bem desenhado pela natureza.
Enfim, muito mais poderia dizer sobre o que penso ou sinto. Claro que apenas falei das minhas opiniões, que embora baseadas em alguns conhecimentos de causa, valem apenas pelo que são.
Um abraço
At 20:28, Anónimo said…
Confesso que cheguei a um ponto em que não tenho nada a dizer.
Já não consigo, perdi a fé toda.
Como podemos estar tão mal servidos de executivo e ningúem fazer nada?
Ninguém dá um basta nisto?
Estou farto
Visito os dois blogs de Mira apenas por hábito porque na verdade accho que ja nao ha esperança. Ninguém nos vai salvar.
Já se cortam árvores na Pescnova e o meu corção está cada vez mais triste.
Resignemo-nos.É o que nos resta.
Lamentavelmente
At 11:41, Anónimo said…
TEKTU
Resumo dos coméntários:
"- NHÉ, NHÉ, NHÉ, NHÉ, NHAM, NHAM!
O meu partido é melhor que o teu!
- Não é nada! É o meu!
- O meu!
- O meu!
- O meu!
...
"
E assim vamos passando o tempo, felizes e contentes!
At 00:36, Anónimo said…
Caro Amigo Joao:
O tema agora abordado daria para nos divertirmos um pouco com algumas "historietas" passadas, se aqui fossem descritas.
Algumas são mesmo "recambolescas" e ficaram-se pelos corredores do poder político central e regional.
Outras foram objecto de certos interesses que ainda hoje não se sabe porquê.
E o problema é transversal.
Não é exclusivo de qualquer poder político-partidário.
Trespassa ao longo de muitos anos a tentativa, por vezes fatal, de culpabilizar uns em detrimento de outros.
E isso é que devia fazer revoltar o pacato cidadão votante.
Vota na melhor das sua esperanças, excepto o que o fazem por "caturrice".
OS que têm vindo a confiar nas boas intenções de quem se "disponibiliza" para trabalhar pelo bem comum, pela instauração de um verdadeiro sentido de cidadania, pelo bem estar dos conterrâneos, pelo desenvolvimento da sua região e engrandecimento do seu país ao fim de pouco tem sentem-se "traídos".
Ao contrário de tudo isto assistimos a "guerras" intestinas, vaidades pessoais, vinganças ao mais mesquinho nível de imperfeição, à "navegação à vista", o que está a originar o desencantom daqueles que agora se sentem enganados e desiludidos expressando, e muito bem, as suas opiniões.
Caro Amigo:
Infelizmente o cenário nacional, regional e local político-nacional, nos seus vários quadrantes está todo ele a sofrer uma crise de valores, para não lhe chamar outra coisa, talvez, mais apropriada, mas...... resigarmo-nos nunca.
A força da mudança....... outra maneira de se implementar o bem comum, combater as desigualdades, criar riqueza colectiva,apostar noutro tipo de desenvolvimento,etc...... está nas nossas mãos.
Nunca é tarde para essa mudança.
Da minha parte eu "nunca direi nunca".
Continuo a contar com o teu interese, "desinteressado" de nos indo desafiando para essa mudança.
Um abraço
José Frade
At 14:09, Anónimo said…
Já aqui foram mencionados, e bem, acessos, obras e desenvolvimento do Concelho, vou mencionar também as palmeiras condenadas, que foram à beira-mar plantadas. O seu destino foi traçado por pessoas que, apesar de terem olhos não vêem; gastam o nosso tempo, a nossa paciência e o nosso dinheiro.
O que seria de esperar de qualquer pessoa com um mínimo de bom senso era que não colocasse árvores de grande porte e copa larga em passeios estreitos e em ambientes agressivos como o nosso litoral.
Gerir implica decidir, mas decidir implica um processo de juízo que deve ser baseado em factos e na medição dos impactos que as decisões irão ter.
Como podem estes senhores estar contentes com o que mais ninguém vê?
Anda muita gente agitada e preocupada. Eu percebo bem porquê.
Será que não têm mais nada que fazer? E que tal apresentarem propostas para tirar a nossa terra do marasmo e lutarem pela sua concretização?
Vamos lutar pelos nossos direitos de cidadania...até porque ainda não chegámos à Madeira e por enquanto não temos por cá Jardins, que não respeitam a vontade popular.
At 18:59, Anónimo said…
bem
Podemos sempre agarrar nas pobres palemiras moribundas e acabar-lhe com o sofrimento.
Porra que uma vez ainda se tolera agora duas...
É como o fecho da estrada.
à primeira ainda era como o outro agora à segunda é prepotencia e não sei se não teremos por ca alguma versao socialista so Jardim.Não sei nao o tempo o dirá.
At 19:00, Anónimo said…
àh é verdade oó Dr. João
Ouvi dizer que o seu blog está fora de moda?! Será verdade?
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