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quarta-feira, janeiro 10, 2007

AIBAP - Soluções para uma Demissão



Opinião de
João Rua



Surpreendeu-me muito o pedido de demissão do Presidente da Autarquia do Conselho de Administração da Associação Beira Atlântico Parque (AIBAP)

Com a sua demissão, na minha opinião, criou um problema. E como presidente da Autarquia só lhe resta agora a alternativa de o resolver. Eu, na minha mera e insignificante função de vereador sem Pelouro, critico a sua opção mas não deixo de apresentar uma solução.

Vamos então ao problema.

Demitindo-se deixa claro que não se trata de uma aposta e muito menos de um Projecto da Autarquia. Deixando a liderança, e vão-me desculpar-me o termo “ por problemas de trinca espinha”, deixa claro que não quis e que não quer ter nada a ver com o projecto. Se por acaso não concorda ou não concordava com o modelo de gestão instituído não deve demitir-se. Deve demitir. Essa é a responsabilidade de quem preside e de quem tem poder de decisão. E como os problemas que invoca para sustentar a sua demissão são praticamente todos de índole e responsabilidade municipal, parece óbvio que a haver demissão nunca poderia ser do Conselho de Administração da AIBAP.

O problema é que o Projecto é um excelente projecto e pode mudar o concelho. Mas a lei das oportunidades costuma ensinar que “um comboio raramente ou nunca passa duas vezes na mesma estação”... Ou o apanha e o agarra com as duas mãos ou fica com toda a responsabilidade pelo atraso e pelo falhanço.

Escolheu demitir-se. Pois bem, tem agora duas soluções e uma obrigação para evitar o falhanço do Projecto e como é óbvio o constrangimento e até mesmo a ridicularização institucional da Autarquia.

Quanto a soluções agora não abundam. Mas existem.

As soluções são duas: Ou luta para que a Universidade de Aveiro (UA) tome o controle do projecto reforçando a sua posição no Conselho de Administração porque de facto a UA estava e julgo está interessadíssima no Projecto e tem pessoas competentes para o levar em frente ou mantém a liderança municipal no Conselho de Administração...Neste caso, atrevo-me a sugerir, sem desprimor para ninguém, entregue essa responsabilidade ao Vereador Miguel Grego e dê-lhe todo o apoio. Mas não finja que apoia. Apoie mesmo. Acredito que assim as coisas evoluam no sentido positivo.

A obrigação só pode ser a de cumprir com o que a Autarquia se comprometeu quando disputou com outros concelhos a localização e a instalação da Incubadora. Disponibilizar 50.000 m2 de terreno infra estruturado e completar o investimento com cerca de 300.000 € para realizar a sua participação no capital social em todo este projecto.

Como soluções para a capacidade de investimento sugiro mais uma vez que olhe para a Zona Industrial do Montalvo. Use os terrenos do Montalvo para estabelecer um processo de negociação com base em permutas de terrenos e use as receitas provenientes da venda de inertes e de pinheiros para financiar uma aposta que pode ser estruturante para o futuro de Mira.
E seja criterioso e rigoroso na gestão deste capital. Verá que afinal não é assim tão difícil levar o projecto a bom Porto....

6 Comments:

  • At 09:28, Blogger Carlos Monteiro said…

    Uma Incubadora de Empresas, não pode ser uma declaração de intenções mal explicada. Tem de ser um conjunto coerente de medidas, transparentes, inteligentes e bem explicadas.
    Parece-me que existem divergências com a cooperativa na questão da pose do terreno, o que está a dificultar a sua escritura. Sinceramente não entendo como se pode fazer uma obra deste tipo, sem estar assegurada a pose do terreno.

    Para agravar tudo isto, ainda não foi decidido qual o terreno para o Parque Tecnológico. Porque o Sr. Administrador delegado Vítor Cardeal não gosta da zona do Montalvo, por se tratar de uma zona agrícola.
    Alternativas: Parque Tecnológico de Cantanhede e Parque Tecnológico de Vagos.
    Gostaria de não ter razão...mas verificaram-se as minhas suspeitas, andamos a suportar os custos de formação de empresas, para que elas se instalem nos Concelhos vizinhos.

    Se o Sr. Presidente da Câmara se demitiu, ele saberá as razões porque o fez. Agora cabe-lhe arranjar alternativa. Penso que tens toda a razão, as alternativas que sugeres são óptimas, desde que tenham o apoio do presidente do município.

    Um abraço

     
  • At 19:32, Anonymous Anónimo said…

    É estranha a atitude da CM Mira porque se dá ao mesmo tempo que o governo aprova o QREN 2007/2013(ontem em RCM) em que a inovação é um dos domínios estratégicos fundamentais e que os municípios da região de Aveiro apresentam o projecto de criação de uma ZING (uma aproximação a um parque tecnológico de "nova geração").

    Em segundo lugar e como diz bem o João Rua a desconfiança que com que o executivo olha este projecto deveria ter levado a demitir a não a demitir-se do projecto.

    Não faz sentido, que nos tempos que correm, a CMM não queira liderar os processos de desenvolvimento (e a AIBAP é uma ferramenta importante desse processo). Corre o risco de se ver ultrapassada (pelas dinâmicas e pelos outros).
    JCM

     
  • At 19:52, Anonymous Anónimo said…

    Amigo Carlos
    a questão do processo da incubadora constitui um exemplo paradigmático do que eu acho incrível que ainda aconteça ao nível do Poder Local.

    Pelo que eu sei posso afirmar o seguinte:

    - A posse do terreno estava e está garantida por um contrato promessa com indicação expressa da Execução Específica e pelo pagamento da totalidade do acordado. A Câmara de Mira comprou e pagou.

    - A questão da não opção por Montalvo não é uma questão de "gosto". É uma questão Estratégica e de Estratégia. O poder de atracção da actual zona, as condições de acessibilidade e essencialmente, as questões de Imagem são questões centrais e imcomparáveis com o contexto actual do Montalvo. Só assim se poderão atrair empresas de alta tecnologia como a Siemens ou a Nec... por exemplo... Só assim poderemos oferecer espaços qualificados que outros nãopossam oferecer também...

    - O Pólo tecnológico está definido, está pensado e estruturado e o executivo anterior julgo que até efectuou a compra de alguns terrenos. Por isso é indespensável dar seguimento à aposta e executar as infra-estruturas e evidentemente, garantir a posse dos terrenos em falta.

    - Na disputa pela localização da Incubadora a Câmara Municipal de de Oliveira do Bairro foi preterida relativamente a Mira porque de facto não teve capacidade de cumprir as exigências acordadas.

    Assim, e infelizmente, não há aposta estratégica por mais struturante que possa parecer que resista.

     
  • At 11:52, Blogger Carlos Monteiro said…

    Amigo João,

    Há determinadas coisas que não faz sentido teimar, quando pensamos e sentimos o mesmo, na defesa deste projecto.
    A verdade é que não possuímos o mesmo tipo de informação!
    Numa coisa tens razão, deveria o Sr. Presidente do Conselho de Administração, ser mais consistente nas suas tomadas de decisão e colocar o Administrador delegado no seu devido lugar...não faço a mínima ideia se isso será assim tão linear, porque não sei qual a posição dos outros accionistas, nem o peso que terão na avaliação destes problemas.
    Quanto á aquisição de terrenos para o Parque Tecnológico, o que se me consta até ao momento, é que apenas houve intenções e ponderações de localização...o que é lamentável.
    Sinceramente espero que o novo Presidente, seja quem for, resolva este estado de coisas para bem do nosso Concelho.

    Um abraço

     
  • At 00:09, Anonymous Anónimo said…

    O Cardeal foi corrido de Cantanhede para cá para ganhar 600 contos por mês e o Rua ainda o defende...esta obra está toda ilegal João Carlos...acorda para a realidade...não vale a pena discutir contigo...não há licenças de coisa nenhuma na incubadora. Tens noção disso ?

     
  • At 15:18, Anonymous Anónimo said…

    A mim, segundo me parece o problema tem mais a ver com birrices do Sr. Presidente da Cooperativa do que outra coisa. Uma coisa é certa se o novo edifício ainda não está a ser usado é porque não querem, porque pelos vistos este não se encontra implantado em terrenos da cooperativa e as obras municipais também não carecem de licenciamento. Outros problemas, são o da falta de interesse dos autarcas locais e o facto do Presidente do Conselho de Administração estar cá para resolver os seus problemas e não os da AIBAP.
    Quanto a viabilidade do projecto, aí já digo, olhem para o concelho vizinho. Actualmente o Biocant Park tem na sua estrutura mais de 40 pessoas a trabalhar e ainda só agora começou, pois nos próximos meses deverá duplicar. Tem empresas em lista de espera e prepara-se para contruir mais 2 novos edificios. E enganem-se os que dizem que são empregos só para pessoas com ele nível de formação, pois lá actualmente existe pessoas com todo o tipo de habilitações literárias.
    Por isso, só fala mal deste tipo de projectos quem não vê, não quer ver ou se calhar não sai de casa.

     

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