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domingo, março 04, 2007

Casas Florestais... e Esquecidas também...



Opinião de
João Rua

O trabalho e o estudo às vezes ocupam-nos demasiado tempo... Estive um pouco mais afastado do blog nestes últimos dias... e claro, volto a desafiar os bloguistas a apresentar neste espaços textos que lancem discussão ou expressem as suas ideias e perspectivas...

Um texto publicado na Voz de Mira despertou-me a atenção: " Casas dos Guardas Florestais - O que fazer com este património? ". De facto, às vezes as coisas importantes quando estão demasiado perto de nós quase que nos convidam ao esquecimento... E as Casas Florestais são um património demasiado importante na história e na memória das nossas gentes... mas se calhar estão também demasiado perto de nós....

... São, ou poderiam sê-lo, uma excelente oportunidade económica. Os exemplos que sugiro nas figuras mesmo ali em cima, demonstram-no. Basta pensar e fazer diferente. Basta dedicarmos importância às nossas coisas... Basta tratar do que é nosso e dos nosso valores que nos identificam como gente, mais que falar deles...

... Se há coisas que não entendo nem sequer compreendo, é o facto de haver um património por todos ou quases todos reconhecido e por ninguém ou quase ninguém tratado. Falo do Estado, evidentemente. Essencialmente do Estado Central e das suas Instituições mas também do Estado Local (Autarquia)... É sempre tudo demasiado difícil, há sempre inúmeras Entidades e regras, jurisdições e posses, há sempre desculpa para que tudo continue na mesma... tudo menos o património, o nosso património, que se vai degradando...

... Chama-se a isso INÉRCIA INSTITUCIONAL... e este é, a par da Diluição de Responsabilidades, onde são tantos os Responsáveis que a Reponsabilidade tem dificuldade em encontrar o Responsável, um dos principais problemas do país...

Fico feliz por ver que há gentes que conseguem vencer e desbloquear essa Inércia Institucional e fazer coisas... "pequenas coisas"... mas coisas importantes... Fico menos Feliz quando, por mero acaso leio o Jornal, e este me faz lembrar que já escrevi sobre tantas coisas e sempre me esqueci de dar a atenção e o destaque que as Casas Florestais mereciam e merecem...

A Pescanova atrai televisões, Jornais e promete emprego... e vejam o espaço e atenção que lhes dedicámos... As Casas Florestais representam a nossa história recente e vejam o esforço que fazemos por as manter dignas...

Mais uma vez... capacidade de estabelecer prioridades... e de ver para além do óbvio... são capacidades essenciais a qialquer Gestão Municipal equilibrada e que se quer de "bem com o Futuro"...

2 Comments:

  • At 11:48, Blogger Carlos Monteiro said…

    Amigo João,

    Estou totalmente de acordo contigo, é necessário mudar esta política de atrofiamento florestal e de conservação da natureza. Para isso não basta criar legislação, são necessários planos de acção de apoio constante.
    A partir da extensa legislação existente sobre conservação e aproveitamento racional dos recursos, a estratégia de desenvolvimento do Programa Nacional de Turismo de Natureza prevê a recuperação de antigas casas dos serviços florestais, para Casas da Natureza – casas-abrigo, centros de acolhimento e casas-retiro; Enquadradas em projectos de turismo da natureza e rotas temáticas. Por isso, seria necessário os Municípios apresentarem projectos desse tipo e enquadra-las nesses projectos.
    Mas infelizmente, as formas dominantes de aproveitamento destas casas florestais continuam marcadas pela passividade dos Municípios, pelo empirismo dos serviços florestais, pelo desperdício ou pelo vandalismo.
    Claro que excluo aqui os Municípios, de Boticas, Covilhã e Castelo Branco. O de Boticas pelo que referenciaste no texto, os da Covilhã e Castelo Branco pela recuperação das casas florestais, integradas no Parque Natural da Serra da Estrela, “rotas ecoturismo”.
    Mas é também preocupante para mim, a degradação de áreas florestais ao longo do país, actualmente as áreas florestais estão ao abandono. Continua a palhaçada da pseudo-conservação da Natureza. Os Governos ao longo de décadas já assumiram claramente que se estão borrifando para a conservação da Natureza, para a biodiversidade, para a paisagem e para as pessoas que ali vivem.

     
  • At 10:07, Anonymous Anónimo said…

    Também no Parque Natural do Alvão, foram recuperadas 4 casas florestais e enquadradas no turismo de natureza, na modalidade de turismo em espaço rural.
    Também algumas escolas primárias desactivadas, se encontram num estado de degradação. Não seria melhor a Câmara Municipal entrega-las a Associações, para que mantenham o seu estado de conservação? Aqui fica a proposta.

    Carla

     

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