Uma Câmara serve para servir os cidadãos...

Opinião de

Carlos Monteiro

É isso que exijo: uma câmara que nos sirva para alguma coisa para além de nos cobrar impostos. “Cansado” de ver a elite política preocupar-se “com assuntos mesquinhos e supérfluos”. Por isso, sinto a obrigação de “lutar” contra aquilo de que discordo. Participo porque penso que posso ajudar, quando assim não for, deixo de participar. Podem-me criticar à vontade, perguntar quem sou eu para apontar o dedo à cara de alguém. Mas ainda me posso indignar e lamentar da bandalheira que vejo todos os dias no meu Concelho, e que tenho que suportar.

Eu sei que já tivemos executivos maus, anteriormente; oposições fraquíssimas, graves crises, políticos sem carisma, sem vontade e sem qualidade. Concordo em absoluto que nos últimos anos, os critérios rigorosos de frontalidade e clareza que deveriam ser usados na avaliação da politica local, são substituídos por critérios baseados no "diz-se", no "consta", no "parece", ou seja, no "emprenhar pelos ouvidos".

Não gosto do tipo de argumentação, nós somos os bons, os outros, é que são os maus...porque é assim que está no argumento e não será boa política desviar o argumento a meio da rodagem. Penso que no poder local, temos de olhar acima dos partidos, para aquilo que pode ser melhor na condução das Câmaras e das freguesias. A política não é uma actividade nem de anjos nem de demónios, mas sim de seres humanos normais, que para ela trazem os seus defeitos e as suas virtudes. Infelizmente para nós, mais defeitos do que virtudes.

Mas isto não significa que a discussão política não se possa produzir com rigor, com seriedade e com elevação. Dizer mal só por dizer mal é fácil e o contrário disso também. E nós estamos cheios desses vícios. Sei muito bem que algumas pessoas necessitam dos favores da classe politica, mas felizmente também há muita gente que pode falar, por não precisar da política e dos seus favores para viver.

É nesta situação, que os direitos de cidadania exigem que nos mobilizemos, que estejamos motivados para o espírito crítico, contra todos os dogmas, contra tudo o que restringe a informação útil aos cidadãos. As “fanfarras” só existem em poderes políticos medíocres. Haja o que houver, é sempre um argumento de incentivo a manifestações públicas de liberdade plena. É importante não ter medo de serem testemunhas da dignidade de toda a pessoa humana. É importante assumirem-se, exprimirem as vossas opiniões. Como é que nos podemos calar quando estamos todos a braços com os mesmos problemas.

A verdade é que as coisas não vão bem, e isso ninguém conseguirá ignorar, por muito que olhe noutra direcção.

Aproxima-se a discussão do orçamento e plano de actividades, para o ano que se aproxima, é uma canseira vã, uma perda de tempo, um simples entretenimento, figuras tristes e caricatas, as que se repetem todos os anos, seja qual for a cor politica que esteja no poder!... Não vai haver diferença na sua concepção, na sua feitura, no que está determinado, mesmo que errado ou com dinheiros bem ou mal repartidos. Está mais que visto, que vai ser aprovado com os votos dos que aplaudem sempre (onde estou incluindo), esteja certo ou esteja errado. Toda a oposição vai votar contra porque o considera péssimo em todos os aspectos, são frases que se repetem todos os anos, coisas de loucos!!!..

Para onde vamos? Para onde queremos ir? Isso pouco importa!...O que interessa é convergir, só por convergir e divergir, só por divergir!...

- Como podem locais turísticos, com dificuldades de saneamento, com espaços de laser degradados e difíceis acessos, atrair estratos populacionais habituados a terem esses serviços?

Enfim, quanto a feitos…é o que vamos vendo, mais do mesmo, nada, simplesmente!... É um gosto e um prazer ser governado por gentes destas, com sorrisos e sarcasmos, numa trapalhada que se avoluma e que continua sem obra feita.

Alguém tem de estar errado...até posso ser eu, claro!

A minha cor é só uma...felizmente ainda sei ver quando o meu clube joga mal. Ser passivo a essa lamentável realidade, deixaria minha condição de cidadão reduzida a zero.