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quinta-feira, março 16, 2006

UM RUMO PARA O FUTURO III



"Um Rumo para o Futuro"
foi publicado no Jornal "VOZ de MIRA"


Texto de
Honório Campante




Um Desafio ao Associativismo... Um Desafio à Cidadania


Mais importante do que procurar imputar responsabilidades pela situação actual de Mira, urge, cada vez mais, unir esforços e procurar tudo fazer para melhorar o que está mal.

Agora que a cidadania está na moda, é importante realçar e assumir o fraco envolvimento de muitos Mirenses nos assuntos e actividades relacionados com a sua participação cívica, relegando-se para uma atitude de crítica, muitas vezes sem o desejável sentido construtivo, para o que a politização (ou partidarismo) em muito tem contribuído. É este traço cultural que interessa ultrapassar e mudar, no sentido de assegurar uma ampla participação, com forte sentido de missão e de interesse público, em prol de MIRA.

A dinâmica que uma visão estratégia deveria representar só existe se for o resultado de um verdadeiro debate mobilizador e participado. Mas dizer que estamos disponíveis não chega. Como também em nada contribui o discurso demagógico por parte dos responsáveis locais de que já se mantém o contacto, ainda por cima assíduo, e com troca de ideias relativas a projectos importantes. É necessário responder com cultura cívica: por um lado, saber criticar e ser criticado, respeitar as diferenças, estar atento, preparado para os desafios e disponível para mudar (desde que seja para melhor!); por outro, demonstrar capacidade de mobilização, uma reconhecida competência de intermediação, negociação e arbitragem, sustentada numa liderança séria, independente, sensata e inovadora, e de assumir compromissos.

Sinceramente, tenho dúvida que tudo isto possa ser assegurado ao nível de um concelho consultivo, embora reconheça que poderia ser um caminho possível para recuperar o nosso passivo estratégico. É que não se trata apenas de envolver nesse debate as personalidades, os doutores, os engenheiros ou os empresários: trata-se da intervenção da sociedade no seu todo. A verdade também é que, sem a participação dos cidadãos em geral, pode fazer-se um papel, mas não se faz criar uma visão estratégica que mude o estado das coisas no Concelho e que seja verdadeiramente mobilizadora da sociedade civil: dos próprios cidadãos, das associações, dos empresários, das instituições.

Provavelmente, isto é pedir muito. Mas Mira, se não se mudar muito, não muda o suficiente!

Assim, o tal movimento cívico deve, acima de tudo, estimular a participação democrática dos cidadãos no estabelecimento das políticas locais, através da sensibilização, mobilização, dinamização e criação de um ambiente propício ao envolvimento dos Mirenses, assegurando que a sua Voz se faz ouvir junto das entidades locais, regionais, nacionais ou internacionais com responsabilidades no seu desenvolvimento e no seu futuro.

Mesmo consciente que nunca estará aqui o centro de decisão / acção, que nunca nos poderemos substituir ao poder local e à iniciativa privada, estou convicto de que esta manifestação de cidadania poderá ser o nosso contributo para, numa primeira fase, nos envolvermos na criação e sustentação de uma visão estratégica, e depois, para ser um espaço de reivindicação, para exigir responsabilidades, para lançar avisos à navegação, se necessário.

É este o desafio de intervenção cívica que Mira nos merece!

1 Comments:

  • At 00:19, Anonymous Anónimo said…

    Participaçao. Cidadania. Ora qui estao dois termos pouco praticados neste recanto encantador, bela natureza, raça humana deplorável apos eleiçoes de 1998.

     

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