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terça-feira, outubro 10, 2006

Requalificação Ambiental da Barrinha


Texto de
Carlos Monteiro



A Barrinha constitui um importante ecossistema húmido, e tem sofrido assoreamento e afluências de águas com poluentes que têm provocado situações de eutrofização.

Depois de algumas análises químicas e microbiológicas verificámos que as águas da Barrinha estão carregadas de substâncias que constituem um problema sério de poluição como por exemplo: matérias orgânicas em excesso, fungos, bactérias, fosfatos, nitratos e clorofórmios.

O excesso de fertilizantes usados na agricultura, são em grande parte a causa da poluição existente, porque vão infiltrar-se no solo, depois são arrastados para os cursos de água e para os lençóis freáticos, originando progressivamente a sua poluição. Estes são produtos químicos biodegradáveis que ao final de algum tempo, são decompostos pela acção de bactérias. São exemplos de poluentes biodegradáveis: o detergente, insecticidas, fertilizantes, etc.

Os adubos e fertilizantes usados na agricultura contêm grandes concentrações de nitrogénio e fósforo. Esses poluentes orgânicos constituem nutrientes para as plantas aquáticas, especialmente as algas, que transformam a água em algo semelhante a um caldo verde, fenómeno também conhecido por floração das águas.

Em alguns casos, toda a superfície é recoberta por um "tapete", formado pelo entrelaçamento de algas filamentosas. Com isso, ocorre a desoxigenação da água. Pode parecer incoerente. Afinal, as algas são seres que produzem o oxigénio durante a fotossíntese, assim, a quantidade de oxigénio deveria aumentar e não diminuir. De facto, as algas libertam oxigénio, mas o tapete superficial que elas formam faz com que boa parte desse gás seja libertado para a atmosfera, sem se dissolver na água. Além do que, a camada superficial de algas dificulta a penetração de luz, o que impossibilita a fotossíntese nas zonas inferiores, reduzindo a produção de oxigénio e a morte de vegetais. A decomposição dos vegetais mortos aumenta o consumo de oxigénio, agravando ainda mais a desoxigenação das águas.

É o aumento de nutrientes no meio aquático, que acelera a produtividade primária, ou seja, intensifica o crescimento das algas. Esse fenómeno pode ser provocado por: descargas de esgotos, fertilizantes agrícolas e a erosão. É fácil de concluir que, em certas proporções, a neutralização pode ser benéfica ao ecossistema, contudo, em excesso provoca um desequilíbrio ecológico, pois provoca o desenvolvimento incontrolado de uma espécie em detrimento de outras.

O florescimento de algas são uma consequência da eutrofização o super enriquecimento das águas pelo excesso de nutrientes das plantas. Além do seu aspecto inestético, estas verdadeiras explosões de algas constituem uma ameaça de toxicidade para os fornecimentos de água bem como para as pessoas que consumirem a água afectada, uma vez que as algas produzem venenos poderosos. Quando estas morrem, as toxinas são libertadas na água, tornando-se muito difícil removê-las através dos processos normais de tratamento de águas.

A concentração de coliformes na água constitui uma ameaça à saúde pública. A descarga de esgotos é composta por grandes quantidades de matéria orgânica e organismos patogénicos e ainda sais minerais, que ao chegarem, sem tratamento, a matéria orgânica é degradada, consumindo muito oxigénio. Os organismos patogénicos sobrevivem e os sais minerais alimentam a flora existente que se reproduzem rapidamente e em alguns casos, produzem substâncias tóxicas que são uma ameaça à saúde pública.

Acções necessárias e urgentes na Barrinha

As intervenções que se propõem passam por uma melhoria da oxigenação das águas e desassoreamentos das áreas limitadas, para manter escoamentos e profundidades que evitem sobreaquecimentos exagerados das águas no Verão:
- Dragagem do leito da Barrinha, Lagoa, Lago do mar e todos os seus ramais hídricos.
- Preservação das zonas de incubação.
- Criação de uma entrada de água a sul da Barrinha que servirá para limpar as águas provenientes de terrenos agrícolas da Videira Sul.
- Demolição do açude existente na Vala da Cana e construção de um açude insuflável que permita a regulação dos níveis de água e o controlo dos caudais na Barrinha.
- Intervenção e requalificação ambiental de toda a área envolvente a nível paisagístico.
- Fazer respeitar o Decreto Legislativo Regional nº 6/2005/A referente ao uso de fertilizantes e outros na Agro-pecuária.
- Criação de Regulamento Municipal de Ambiente.


A poluição da Barrinha tem sido um grave problema para o nosso concelho e para o seu progresso turístico, é tempo de por fim a esta situação. Uma vez que chegámos a esta situação, não vamos deixar que se alastre para causas muito piores do que aquelas que já existem, por isso contamos com a colaboração de todas as entidades públicas ou privadas, para resolvermos em definitivo o problema ambiental da nossa Barrinha.

14 Comments:

  • At 10:45, Anonymous Anónimo said…

    Em primeiro lugar os meus parabéns ao senhor Carlos Monteiro, pelo texto tão bem elaborado.

    Os ecossistemas apresentam funções que podem ser qualificadas de benefícios à população humana e a outras espécies. Por exemplo, a produção de alimentos, a reciclagem de nitrogénio e fósforo pelos ecossistemas aquáticos e a produção de alimentos, podem ser considerados “serviços” proporcionados pelos recursos hídricos. Esta valorização pode ser feita em função do “capital natural” que pode ser a biodiversidade ou funcionamento de uma área hídrica. Os stocks de recursos hídricos superficiais podem ser considerados um capital que é crítico ao funcionamento de uma região, contribuindo para o bem-estar e a melhor qualidade de vida da população.
    O Concelho precisa dos seus recursos hídricos tratados e preservados, porque pode perder o melhor do seu capital natural e a qualidade de vida da sua população.

     
  • At 12:27, Anonymous Anónimo said…

    O problema hidrico municipal não pode ser, nem será certamente, resolvido com esta ou aquela iniciativa pontual, como alias ja se verificou no nosso concelho.
    Uma correcta analise da situaçao actual permitira facilmante constatar que o problema nao esta apenas ou só na barrinha, pois a montante desta, um completo sistema hidrico, composto por nascentes, valas, ribeiros entre outros, subsiste com os mesmo problemas que se constatam na Barrinha.
    Sabendo tambem nós que essas aguas correm para poente, indo posteriormente aumentar o caudal da vala Real (ou vala da Cana) e consequentemente o espelho de agua da Barrinha, vão tambem aumentar os indices de nitratos, fosfatos e outros produtos nocivos ja presentes nas tao saturadas aguas.
    Como afirma Carlos Monteiro, e bem, a intervenção a ser feita tera que envolver "leito da Barrinha, Lagoa, Lago do mar e todos os seus ramais hídricos" pois so assim se podera resolver o problema.
    Mas devemos contudo estar conscientes de duas situações: uma, a de que uma intervenção deste género e desta envergadura custa milhoes de euros aos cofres autarquicos e governamentais (nao sendo especialista na materia, um simples projecto projecto poderá ascender a mais de 25.000 euros);
    Outra, e esta relativa ao Turismo, a situação do Turismo no Concelho de Mira não depende do estado das aguas da Barrinha (apesar da saude das aguas poder influenciar de forma positiva o surgimento de certas actividades de animação turistica), depende sim de uma maior oferta de produtos de qualidade, pois sao estes que mais facilmente chegam ao exterior, depende de uma articulação entre os vários interessados no turismo, enquanto actividade economica geradora de receitas, de uma aposta em Mira enquanto marca (Mira... Marca, ao exemplo de outras regioes europeias) mas depende sobretudo de uma consciencialização geral da população, autarquia, empresarios de que se pretendem um Turismo de qualidade pra Mira, capaz de gerar as receitas esperadas, é necessario apostar no sector de forma concertada e equlibrada. Assim, e só depois, o Turismo poderá surgir como o cluster para o desenvolvimwento económico e social desta terra.

     
  • At 13:26, Anonymous Anónimo said…

    Sem duvida alguma, um texto de relevante interesse e muito actual, parabéns Carlos Monteiro. Mas penso que teríamos de fazer mais pressão, e digo “teríamos” porque é do interesse de todos os Mirenses, e aqui de certeza absoluta não existe cor politica, nem pode existir, aqui é o Amor pela nossa terra e o que dela poderemos obter. Ninguém pode passar ao lado da beleza da nossa Barrinha, e de todo o ecossistema envolvente.
    Queria deixar uma questão aos caros blogistas, em especial ao Carlos Monteiro, qual seria a hipótese de começar por fazer limpeza e arranjos ao redor da Barrinha? Para melhor abrir os olhos aos nossos governantes, talvez seria uma maneira de verem a real beleza da Barrinha e darem mais importância a mesma. Abraço a todos.

     
  • At 15:27, Anonymous Anónimo said…

    Não quero parecer pessimista ou parecer que não quero que as coisas sejam feitas, mas há uma grande questão. E os ecologistas? Deixam dragar, limpar etc...? Ainda não li o texto completo mais à frente comentarei melhor.

     
  • At 18:02, Anonymous Anónimo said…

    Estes resultados que apresentam, indicam portanto um grau já elevado de poluição por nutrientes. Como pudemos chegar a esta situação!

    Os menos preocupados ou mais optimistas podem pensar que nada realmente negativo irá ocorrer na barrinha, os mais omissos que nada poderiam ter feito efectivamente para atenuar ou mesmo evitar os problemas de poluição. Porém, felizmente, a grande maioria da população nestes momentos de dificuldades parte para uma reflexão sobre o que deveria ser feito ou se pode ainda fazer, para que os problemas não se agravem ainda mais.

     
  • At 09:02, Anonymous Anónimo said…

    Sr. Lendário durante os ultimos anos ja foram feitas algumas iniciativas do género (o que nao quer dizer que nao se devam fazer mais e mais), por uma associaçao do concelho (AAMARG) que recorrendo aos seus socios e á população local em inicitivas de voluntariado, tentou dar uma imagem mais agradavel a esse espaço. Desde plantação de especies arboreas e arbustivas ao redor da barrinha, até a limpeza de residuos das suas margens, e a seu posterior encaminhamento para os locais de recolha municipal.
    Pena é que quando as coisas se fazem nao lhes da mos o valor devido, depois os problemas vao aumentando progressivamente ate niveis altissimos. A bola de neve (mas de poluiçao) é depois muito mais dificil de parar.

     
  • At 15:57, Blogger Carlos Monteiro said…

    Caros amigos bloguistas,
    Este problema que vos exponho, é um problema comum a todos os cidadãos deste concelho, temos que exigir os nossos direitos e apontar o caminho para a defesa das nossas pérolas ambientais, que são sem dúvida os nossos recursos naturais.

    A norma comunitária, que foi adoptada pelo nosso pais, diz o seguinte:
    “A melhor forma de tratar as questões ambientais é assegurar a participação de todos os cidadãos interessados ao nível conveniente. Ao nível local, cada pessoa deverá ter acesso adequado às informações relativas aos seus recursos naturais, incluindo informações sobre produtos e actividades perigosas nas suas comunidades, e a oportunidade de participar em processos de tomada de decisão. Os Municípios deverão facilitar e incentivar a sensibilização e participação do público, disponibilizando amplamente as informações. O acesso efectivo aos estudos ambientais, incluindo os de recuperação e de reparação, deve ser garantido”.
    A participação activa: compreende um amplo espectro, que vai desde a participação na planificação, a tomada partilhada de decisões até à possibilidade de que o público participe tomando as suas próprias iniciativas para desenvolver medidas.
    A consulta: consiste numa aprendizagem dos comentários, percepções, experiências e ideias das partes interessadas.

    Penso que esta norma, responde aos comentários dos amigos, Lendário e Luís Pinho, ambos têm razão. Qualquer contributo para o problema seja ele, de acção, contestação ou sensibilização, é sempre bem-vindo.
    No entanto os constantes atropelos aos nossos direitos de cidadania são evidentes, quando questionamos ou pedimos qualquer informação aos serviços municipais, dizem quase sempre que não existe...e quando existe está no segredo dos deuses e não nos é facultada, estes operam numa zona cinzenta blindada à informação. É assim... calados e tristes, reduzimo-nos à nossa insignificância cidadã destituídos de direitos e lá ficamos, esperando uma melhor informação, através de um jornal local ou de um amigo com mais influência.
    Digo-vos, muito sinceramente, começo a ficar farto destes rituais de incompetência de alguns técnicos, que actuam com total arrogância face aos munícipes, julgam-se acima de tudo e de todos.

    Peço-vos desculpa, mas quando escrevo sobre este tema, fico um pouco emotivo e quase sempre me alongo demais, mas tenho esperança de que as coisas melhorem. Sou simplesmente um cidadão que exige os seus direitos e que quer ver o seu concelho bem tratado. Não tenho outros motivos mais profundos que não sejam os estritamente de defesa dos nossos recursos naturais.
    Lamento ter de evidenciar a minha revolta, através de uma água envenenada ou de quem dá as costas para uma relação equilibrada com o meio ambiente.

    Um abraço para todos,
    Carlos Monteiro

     
  • At 18:34, Anonymous Anónimo said…

    Deviamos pedir a requalificação ambiental da Barrinha e a requalificação ambiental da camara que está mais do que poluida.
    O texto até está bem escrito mas o problema base ainda ninguém o definiu como deve ser: não há força para exigir seja o que for no governo, nem sequer aquele presidente que se gaba de tratar todos os "rosões" governamentais por tu.
    Vamos ver o que se desenvolve em termos de Pescanova para se saber o que pensa esta comandilha erudita sobre o ambiente. A ver vamos...como diz o cego!!!!!!!

     
  • At 23:57, Anonymous Anónimo said…

    A Barrinha, no estado de degradação física em que se encontra e que tende a acelerar-se, aponta em sentido contrário e indica claramente que é absolutamente urgente encontrar uma forma de gestão para este espaço. Esta deverá passar pela protecção integral com proibição de algumas actividades, mas delinear uma gestão sustentável que permita salvaguardar o habitat e espécies que a integram e, reintroduzir espécies locais desaparecidas nos últimos anos, apontando para uma utilização racional que mantenha os valores culturais e sociais que fazem desta Lagoa não só um espaço natural a preservar, mas também um local em que a actividade turística de qualidade e a pesca controlada, constituem um dos factores a preservar. Não se pode esquecer a existência desta Lagoa e urge encontrar uma forma de gestão sustentável para a mesma, que evite a sua degradação, recupere o ecossistema natural o melhor possível e, permita que as gerações futuras continuem a poder desfrutar dos seus encantos. Se não forem tomadas medidas de conservação consistentes, a barrinha tenderá a degradar-se cada vez mais até um ponto em que talvez já não seja possível a sua recuperação ou, no caso de ser ainda possível, será certamente mais onerosa e difícil. Será que devemos esperar por esse estado de coisas, ou iniciar já os procedimentos necessários à sua protecção e evitar custos desnecessários no futuro?

     
  • At 14:06, Anonymous Anónimo said…

    Caro amigo Carlos Monteiro, compreendo a sua revolta, pois eu também assim me sinto, e pior fico quando vejo que não se faz RIGOROSAMENTE nada, e por qualquer edil camarário, não me refiro só ao actual, se em Lisboa não entendem esta questão, ainda se tolera, embora pouco. Agora quando pessoas da nossa terra que usufruem tal como todos destes recursos e nada fazem não se tolera nada, mas mesmo nada. Limpem a zona ciclo pedonal, desde o seu inicio até ao fim, passando pela barragem e terminando na Barrinha junto a meia laranja, são quilómetros de beleza natural, tanto vegetal como animal, deixem estar os centros culturais e outras obras de betão, que essas bem podem esperar, quem não espera é a rica fauna e natureza hídrica que nós temos, e mais não digo…
    Abraço a todos

     
  • At 15:11, Anonymous Anónimo said…

    Caros amigos,

    O tema da Barrinha é o exemplo cabal e demonstrativo do estado em que se encontra o concelho. Abandonado.
    De nada vale termos esperança pois com este tipo de políticos e respectivos acessores não vamos a lado nenhum.
    Os únicos que ainda teriam alguma coisa a dizer era a população. Deviam-se tomar medidas radicais de protesto quanto ás sucessivas politicas e decisões adoptadas, demonstrando o profundo descontentamento e vergonha por se pertencer a uma terra que tem políticos que nada fazem por ela.
    Porque não convocar televisões? Porque não faltar ás próximas eleições?
    Vão ver que as coisas andam.
    Caso contrário também deixo aqui mais uma sugestão. Bebam-se uns copos, comam-se umas paneladas, escrevam-se umas cartas anónimas e mande Deus saúde e bom tempo.

    Bom fim de semana

     
  • At 13:08, Anonymous Anónimo said…

    EU APOIO O ANÓNIMO LÁ DE CIMA QUE DIZ QUE DEVIAMOS CHAMAR AS TELEVISÕES. REALMENTE SOMOS UMA CAMBADA DE COMODISTAS E BAIRRISMO SÓ SE FOR PARA GURREARMOS UNS CONS OS OUTROS.APOIO A IDÉIA.MAS...COMO FAZEMOS? O SE NHOR É ANÓNIMO E EU...SOU APENAS O FOX!

     
  • At 09:09, Anonymous Anónimo said…

    "Num tribunal da Florida começa no dia 19 um julgamento que vai ser acompanhado por todos quantos colocam comentários na Internet, em sites ou em blogues.

    O queixoso é Todd Hollis, advogado de Pittsburgh, que afirma ter sido caluniado num site de má-língua, DontDateHimGirl.com. Numa mensagem, alguém disse que Todd tinha herpes e, logo depois, apareceram outras a dizer que ele é gay, que tem doenças sexualmente transmissíveis e outras acusações do género. Todd processou não somente a dona do site, Tasha Joseph, como a mulher que fez a primeira acusação e outras sete que fizeram comentários, quatro delas anonimamente.

    Todd Hollis diz que, seja qual for o desfecho do julgamento, sairá sempre a perder. "Esses comentários vão ficar para sempre na Internet. Quem quer que procure o meu nome no Google, vai direito a um bilião de sites. Vou ter para sempre que explicar que não tenho herpes. Mesmo que tivesse herpes, que não tenho, mesmo que fosse gay, que não sou, porque havia de querer ter conversas sobre esses assuntos com uma pessoa anónima numa plataforma global? É o cúmulo do ridículo."

    Os processos não são. Estão a multiplicar-se com resultados que fazem com que sejam tomados a sério."

    in DN 15 de Outubro

     
  • At 21:42, Blogger 1313 said…

    cuidado com as DRAGAGENS senhores "peritos" (?) em ambiente.

     

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