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terça-feira, setembro 11, 2007

Carta ao Director do Jornal Diário de Coimbra


De
João Milheiro


“Contraste da Praia de Mira” & “Turismo na Praia de Mira está bem e recomenda-se”

Entre os dois artigos jornalísticos mencionadas em título, e que vão em anexo, medeia um espaço temporal de um ano e alguns dias (2006AGO16 a 2007AGO23). Os dois mencionados artigos, foram publicados no mesmo órgão de comunicação social: Diário de Coimbra .

Os dois mencionados artigos, estão assinados pelo mesmo jornalista: José Carlos Silva .

Os dois mencionados artigos, referem-se á mesma localidade: A vila de Praia de Mira.

Dado que, infelizmente e como a realidade demonstra , a situação descrita no artigo publicado em 2006AGO16, não sofreu melhorias significativas (a única melhoria produzida em toda a área envolvente aos parques de campismo em funcionamento na Praia de Mira - Municipal e Orbitur - foram os novos balneários que equipam aquela espécie de parque de lazer situado em frente ao Parque de Campismo Municipal de Mira, área essa que na data acima descrita apresentava, na opinião do Sr. Jornalista, "grande desleixo"), então o que é que, na Praia de Mira e de há um ano para cá, evoluiu para tão "radical" mudança de "cenário": de “Contrastes da Praia de Mira” em 16AGO2006 para “ Turismo na Praia de Mira está bem e recomenda-se” em 23AGO2007,

Foram as condições proporcionadas aos turistas que frequentam a Praia de Mira que melhoraram?

Foi o grau de exigência dos turistas que frequentam a Praia de Mira que sofreu evolução? E essa evolução repercute-se na qualidade dos equipamentos que a Praia de Mira hoje oferece para bem receber os turistas?

Foram as capacidades sensoriais (sobretudo os sentidos da visão e do olfacto) do Sr. jornalista que sofreu alterações?

No dia 16AGOSTO2006, aquando da publicação do artigo "Contrastes da Praia de Mira" , o Sr. Jornalista escrevia: " A nossa reportagem desceu até à zona da Barrinha e ficou com a sensação que tinha saído do céu e entrado no purgatório…"

"Na rua que dá acesso á avenida da Barrinha… o fumo das churrascarias (ao ar livre) entra pelas narinas dos turistas, que ficam (nós ficámos) enjoados de frango de churrasco"

"Começamos a descer para a zona da Barrinha e, aí, é um salve-se quem puder! Não estamos a exagerar. Na vasta mata que circunda a lagoa de água doce, eram ás centenas as pessoas que carregadas de tralha… se preparavam para se "atirar" à coxa de frango, à salada e ao arroz ou às pataniscas de bacalhau levadas de casa"

"Mesmo em frente, o parque de campismo estava a "abarrotar" de tendas e campistas quase até à entrada, onde se viam dezenas de peças de roupa estendidas, desde toalhas e fatos de banho, às cuecas e soutiens. As margens da estrada estavam pejadas de carros e as pessoas andavam no meio da via, causando enormes filas de automóveis, cujos automobilistas quase tinham de pedir licença para circular"

"Em contraste com a zona da praia, nota-se, na mata que circunda a Barrinha, um grande desleixo. Este espaço verde está sujo, desmazelado, bancos e mesas partidos, baloiços para as crianças desconchavados e sem cordas que os suportem, detritos de toda a ordem no chão"

"No final da nossa reportagem tirámos uma conclusão: A Praia de Mira, nesta altura do ano, é sem dúvida, uma terra de muitos contrastes…".

E se a estas considerações produzidas pelo Sr. jornalista em 2006AGO16 , que, repito, não sofreram melhorias significativas, adicionar-mos mais um ou outro "pormenor" que ocorrem por estes dias, a saber:

1 – Limpeza deficientíssima das ruas da localidade, com detritos de toda a ordem pelo chão (nesta data em que escrevo estas linhas – 2007AGO28 – e para além de papeis, plásticos, beatas de cigarros, vidros, etc, ainda há imensas ruas que não foram limpas de areia que para ali foi arrastada pelas intempéries do Inverno);

2 - Contentores de recolha dos resíduos urbanos (vulgo lixo doméstico) perfeitamente imundos e exalando cheiro pestilento;

3 - Recolha do lixo urbano a ser realizada (pela empresa ERSUC) a horas em que há turistas passeando nas ruas e a tomar refeições e/ou bebidas em estabelecimentos e/ou esplanadas (21H00/22H00) e que são "brindados" com este "magnifico" cenário complementado por odores perfeitamente indescritíveis ;

4 - Estradas, no interior da localidade, em que a sinalização horizontal, especialmente passadeiras para peões, é praticamente invisível;

5 - Sinalização vertical em que os tubos metálicos que suportam os sinais de trânsito, deles (dos ditos sinais de trânsito) estão despojados vai para longos meses (nem colocam os sinais, nem retiram os ditos tubos metálicos como, aliás, foi sugerido à C.M.Mira por várias vezes);

6 - Trânsito perfeitamente desregulado (há vias em que mal cabe uma viatura e aonde é permitido os dois sentidos de tráfego);

7– Comerciantes (legais e ilegais) que tudo, literalmente tudo, ocupam para realizar os seus negócios (passeios e as próprias vias por onde circula o trânsito automóvel) transmitindo a sensação de que estamos numa qualquer "aldeia" de um qualquer país terceiro mundista onde não há "rei nem roque";

8 – A prática do campismo "selvagem" (tudo, literalmente tudo, serve para montar a barraca: desde a zona envolvente aos parques de campismo - Municipal e Orbitur - à marginal da praia, aqui sobretudo auto caravanas);

9- Parque de lazer sem condições higieno-sanitárias (refiro-me, mais exactamente, ao parque de lazer contíguo ao parque de campismo "Orbitur" e para onde se dirigem imensos turistas a fim de ali tomarem as suas refeições. Ali chegados, deparam-se com uma espécie de parque de lazer com uma extensão de 200 metros e sem um único sanitário para satisfazer as mais elementares necessidades higieno-fisiológicas);

10 – Habitações e outras edificações em ruína por todo o lado (do areal da praia em frente ao mar, a toda a área envolvente á Barrinha... e não só);

11 - Uma Barrinha, lindíssima, que aparenta, pelo menos aparenta, não estar na melhor das condições (basta a cor "verde turvo" transmitida pelo lodo que tem depositado no seu fundo, para "tirar ideias" ao mais afoito veraneante. Longe, muito longe, vão os tempos em que eram ás centenas os que nela se banhavam em condições de higiene e segurança e em que se podia beber água sem receios de desarranjos intestinais).

Então o que é que, na verdade, se terá passado para a Praia de Mira ter passado de “Terra de Contrastes” (em que quem lê o artigo "sente" uma apreciável carga negativa) para “ O Turismo na Praia de Mira está bem e recomenda-se” (em que a quem lê o artigo, e não conhece a realidade local, é transmitida a ideia de que se está no "melhor" dos mundos)?

"O Diário de Coimbra chegou á conclusão de que, efectivamente, o turismo na Praia de Mira está bem e recomenda-se"?... Qual turismo?... O (depreciativamente para usar a expressão do Sr. jornalista) designado de "pé descalço "?... Será que é este "turismo" que interessa á Praia de Mira, ao concelho de Mira, ao distrito de Coimbra? Será este "turismo" que com pouco se satisfaz e que nada exige que está bem e que se recomenda?

Será o turismo de cidadãos estrangeiros que está bem e que se recomenda? Analisando os números que vêem mencionados no final do artigo "O Turismo na Praia de Mira está bem e recomenda-se", facilmente se conclui que 1.6% é a taxa de ocupação do parque de campismo Municipal por cidadãos estrangeiros durante o mês de Julho. Será com esta ridícula, digo eu, taxa de ocupação que o turismo de cidadãos estrangeiros estará bem? Longe, muito longe, vão os tempos em que eram (em altíssima percentagem) Alemães, Holandeses e franceses os "invasores" do dito parque de campismo.

O Turismo na Praia de Mira recomenda-se?.... Serão estas as condições (como as que foram acima mencionadas e algumas mais ficaram por mencionar) que se recomendam para bem receber os turistas?

"O Turismo na Praia de Mira está bem e recomenda-se".

Sr. Director, para além de estranho… Que bom seria que assim fosse!!!

8 Comments:

  • At 12:01, Anonymous Anónimo said…

    http://praiamiranoseupior.blogspot.com/

    a JUNTAR TAMBÉM ESTAS "DELICIAS"

     
  • At 12:51, Anonymous Anónimo said…

    Aproveito para cumprimentar o sr. João Milheiro, e para deixar um excerto de um texto por mim enviado ao blog Mirices sobre a mesma tematica (Turismo na P. Mira e Diario de Coimbra), em que fiz o mesmo exercicio mental que este conterraneo de Mira, mas no meu caso contrapondo a noticia da P. Mira a uma outra sobre a Fig. Foz:

    Um senhor de nome Richard Butler, um dos principais investigadores e teóricos do Turismo desenvolveu há uns um modelo destinado a classificar o estado do Turismo em determinada região. Este modelo pretende classificar um determinado local em termos de destino turistico.
    De uma forma simplificado este modelo opta por analisar e classificar uma area destino segundo a sua previsivel procura.

    Quanto à Praia de Mira, e quanto ao concelho muito já se falou sobre o Turismo e sobre a aptidão deste concelho para essa industria em franca expansão. O que não se fala é no estado actual das infraestruturas e da procura. Seria interessante analisar este concelho de uma forma correcta e coerente de forma a propiciar uma boa base de trabalho aos interessados, pois fala se bastante mas depois o que sobra de todas estas dissertaçoes é manifestamente pouco. Ora vejamos, a P. Mira ja é visitada e procurada há alguns anos, mas qual é o verdadeiro estado do Turismo neste local? Está em desenvolvimento, em evolução? Ou está já num estado de estagnação em que o futuro não é tão risonho como o insistem em pintar?

    Será que a procura da Praia de Mira enquanto destino turistico está assim tão alta, que permita aos responsáveis locais brindarem de satisfação?
    Será que os Turistas que nos visitam para além de um bronzeado levam também boas recordações que os façam regressar?
    Não querendo ser redutor ou arrogante, será que o Turismo que temos satisfaz os Mirenses, sobretudo os mais ligados ao fenómeno Turistico?
    Será que temos o Turismo que podemos, ou o que merecemos?

    Seria interessante começar mos aqui um debate serio e construtivo sobre este tema, não custa nada e poderá ser um eventual embrião para uma futura analise do Turismo nas terras de Mira.


    João Luís Pinho

     
  • At 15:21, Blogger Carlos Monteiro said…

    Não estou totalmente de acordo com a contestação que o meu amigo João Milheiro faz à notícia publicada no Diário de Coimbra (aliás, já falamos sobre o assunto). É necessário promover e vender o produto que temos, mesmo que ele não seja o melhor. Se há um aproveitamento político, desta notícia, para justificar que está tudo bem...isso já é outra história.
    Contudo, corremos sempre o risco de vender gato por lebre. Mas, nada nos garante, nem existe algum pacote turístico ou algumas perspectivas que assegurem que os visitantes que tivemos este ano (mês de Agosto), voltem a consumir férias na Praia de Mira. Será que voltam?

    Quanto ao resto estamos de acordo... vou insistir, mais uma vez, alertando para o facto de haver ainda muito por fazer a este respeito. Porque ainda penso que existe futuro para Mira, se fizermos as coisas certas.
    Está na altura de pensar um pouco mais num turismo de qualidade e não apenas no de massas.
    Neste contexto, pela minha parte considero, de facto, que a actividade turística, representa hoje um papel de considerável importância a exigir medidas em relação à disciplina da oferta de qualidade.
    E hoje é impossível falar em turismo sem que seja discutida a sua sustentabilidade. Ela passa pela discussão da preservação não só dos recursos naturais, mas também pela manutenção e criação de outro tipo de equipamentos.
    Se quisermos ter um turismo a sério – têm que se tomar atitudes pro-activas que defendam a qualidade do ambiente ganhando, desse modo, credibilidade para poderem depois exigir do sector privado projectos e iniciativas de qualidade. Os aspectos sociais, culturais e ambientais são os restantes pilares do desenvolvimento de um destino turístico e são estes que requerem atenção por parte do executivo municipal e de todos nós. Enfim, a beleza natural que ilumina os caminhos do turismo local. Só não a vê quem não quer.

     
  • At 23:14, Anonymous Anónimo said…

    Existe um provérbio muito antigo que transcrevo. "Dá Deus as nozes a quem não tem dentes".
    Este, sem duvida, assenta como uma luva á nossa relidade, embora infelizmente.
    Senhores autarcas,governantes,pessoas com responsabilidade.Será que não vos pesa a consciência de andarem a ganhar um belo salário, mês após mês,ano após ano, e o resultado prático do vosso trabalho seja negativo.
    Pelo menos façam alguma coisa para justificarem o salário que ganham.
    Mira, de ano para ano, ficará para trás no pelotão do desenvolvimento e bem estar das suas gentes.
    Não se sentem responsáveis?

     
  • At 23:57, Anonymous Anónimo said…

    Olá conterâneos boa noite:
    "Turismo na Praia de Mira está bom recomenda-se".
    Tambem não concordo em parte da leitura que faz o amigo João Milheiro, da situação actual da Praia de Mira, mas, nunca é demais alertarmos para estas situações.
    Teremos de fazer uma analise de quem escreve estas afirmações, e de que lado partem.
    Já não é de agora que se tem notado uma certa tendência, de certos comentadores e jornais que aproveitam a oportunidade,de verem só por um lado, esquecendo-se de ver a realidade,para isso é preciso andar no terreno conhecer toda a Vila.Apezar de tudo ainda temos uma belissima Praia, estou de acordo com o Carlos Monteiro, ainda acredito?
    Parabens ao João pelo pela frontalidade, com que aborda as questões.

     
  • At 01:45, Anonymous Anónimo said…

    O Sr : Director do jornal estáse nas tintas para a contradição dos artigos.Desde que chova o dinheirito da meia página ou do quarto de página. Assim vão os media em portugal...

     
  • At 04:26, Blogger contra said…

    boas

    nós temos tudo a ajudar o nosso turismo temos a barrinha que é das pessoas que alugam gaivotas que todos os anos no inicio da primavera la vão pôr os acidos nas valas que por sua vez vão para a barrinha afim de matarem as algas, e tudo o resto claro.
    depois temos os preços altissimos exorbitantes mesmo praticados por ca, preços esses que mesmo no algarve so se pagam somente nos locais de luxo...
    temos um parque de campismo municipal quer dizer uma coisa a que se dá o nome de parque de campismo municipal a funcionar que se fosse noutro concelho a muito que ja tinha sido mudado e no sitio deste ja possivelmente um jardim com mesas e bancos mas que fosse tratado, para que não chegasse ao mesmo que a região da antiga prancha que até as arvores foram cortadas mas, atenção só as arvores a erva não, pois a erva pela cintura é muito bonita.
    temos os viveiros que estão sempre fechados e agora até ja falam que vão ser aterrados para fazer estacionamentos ja agora se aterrassem a barrinha não dava mais estacionamentos...
    temos os estacionamentos na marginal e no parque do mirasol a pagar, o parque do campo de futebol a pagar.
    temos a pista pedonal com cada buraco quer dizer com cada cratera que só visto as pontes a cair o caniço, canas, e outro matagal a obstruir a pista...
    temos o principal acesso á praia de mira fechado em pleno verão...
    temos os asas nos pés a passarem multas a tudo e a todos quer dizer a quem não é da cor...
    temos proibido qualquer desporto motorizado na barrinha pois os senhores das gaivotas assim o querem...afinal de quem é a barrinha, não é deles...?
    temosos passeios ocupados com esplanadas alias até se cortam vias da estrada para que os senhores da terra tenham esplanadas maiores ou não estivesse um dos, em cargo na altura que, plos vistos lhe dava poder para tal...
    temos passeios ocupados tambem com bolas de praia, toalhas, bonés,e tudo quanto é tralha para a praia...
    temos lixo amontoado por toda a terra contentores cheios, vidrões cheios com montes de lixo á volta dos mesmos...
    temos as poucas zonas de lazer sem fogareiros pois na praia de mira é proibido fazer assadas ´so se for no casal de mira, lagoa, ou seixo de mira pois ai não há perigo de fogo...
    temos as mesas e bancos partidos dos mesmos locais de lazer...
    temos um mercado que é uma vergonha...
    temos um centro cultural que é de quem la esta e mais nada...
    temos e vamos ter uma lota que embora não caiba na cabeça de ninguem fica no meio das habitações e assim ja não faz mal destruir as dunas...
    não temos diversão para os veraneantes pois a unica coisa tambem em que se investe nesta terra é em cafes bares e restaurantes mais nada existiam dois cinemas fracos é verdade mas havia...
    todos os anos no palco a mesma coisa até os veraneantes ja sabem o programa pois todos os anos é a mesma coisa...
    posto medico que se for preciso entrar uma maca com um doente o doente pode entrar mas a maca fica ca fora pois não entra...
    temos duas maquinas de multibanco que o banco fecha as tres da tarde as seis da tarde ja não tem dinheiro as mais proximas em mira a sete kilometros...
    temos as passadeiras e outros tipos de sinais sejam horizontais ou verticais que só quem tem vou memoria é que sabe onde estão pois no alcatrão ja á muito que desaparecera e as verticais tem os tubos ao alto que ja não é mau pois podiam estar caidos no chão...
    ainda dava para continuar a numerar muitos outros problemas da terra e ainda acham que o turismo nesta terra infeliz, vai melhorar, então digo-vos vocês são muito optimistas...

     
  • At 08:19, Anonymous Anónimo said…

    Depois leio este post com mais atenção, parece interessante

     

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