MIRAPOLIS mirapolis MIRAPOLIS mirapolis MIRAPOLIS - GERAÇÃO 2

terça-feira, junho 27, 2006

Pensar antes de Agir



Texto de
João Rua
ZING (entre outras coisas pode significar "Zona Industrial de Nova Geração")


7 passos que podem ajudar a dar sentido e coerência a um processo de gestão municipal


1. Conhecer os contextos (Conhecer a região e o que se passa à volta é tão importante quanto estar actualizado e atento às novas oportunidades de financiamentos… outra vez o QCA-2007-2013 )

2. Estabelecer Objectivos e Metas (… Pensar e Programar, exige “capacidade de ver mais além”. Mas realizar objectivos ambiciosos, implica pensar desde o início, em meios financeiros. Só assim poderemos pensar em propostas realista e realizáveis em função dos meios disponíveis…)

3. Definir Programas e Seleccionar Projectos (… Exige saber o que se quer, como e quando se quer. Não dispensa a criatividade e a inovação na definição, nem a decisão na selecção.)

4. Encontrar Parceiros (… As autarquias não têm capacidade de investimento que lhes permita dispensar uma forte articulação com o lado privado. Nem vocação para ser um agente de desenvolvimento económico… mas podem ajudar e muito… Precisa de capacidade de articulação, de negociação e de estabelecer compromissos, com o lado Privado do investimento e com o dinamismo e capacidade mobilizadora do associativismo)

5. Quantificar custos e investimentos necessários (Qualquer proposta deve ser pensada considerando o “esforço” de investimento necessário e de quem é responsável por ele… qual a parte pública e qual a outra parte… Rigor e realismo nas propostas e nos tempos de execução)

6. Fixar e protocolar responsabilidades de quem faz o quê, quando e com que níveis de responsabilidade (Planear é estabelecer compromissos e protocolar Responsabilidades. Planear é decidir)

7. Programar a Execução (Tudo pode perder o sentido e a oportunidade se não conseguirmos sair dos estudos e das ideias. O grande esforço final está na execução. Fazer com que as “coisas aconteçam” é o essencial)

O mais difícil é aplicar estas regras às principais questões que se colocam no processo de desenvolvimento do concelho. Não é tarefa fácil. Tentar é o mínimo que se exige.

Pensem. Zonas Industriais Pólo I e Pólo II e mesmo na AIBAP (incubadora e parque de negócios)


1. Sabemos o que têm, nestas áreas, oferecido os municípios vizinhos? Como têm agido e preparado as suas estratégias ? Temos ideias concretas do que queremos para a AIBAP e como o enquadramos no QCA ou mesmo no Plano Tecnológico? Sabemos que tipo de empresas estão instaladas, quais os problemas que enfrentam e qual o emprego e riqueza que geram ?

2. Sabemos o que queremos para estas Zonas? Que tipo de zonas, que imagem, que infra-estruturas ? Afectamos que nível de investimento para a qualificação e afirmação destas zonas económicas ?

3. Já definimos o modelo? Sei que tipo de empresas me interessam mais? E sei como atraí-las? Tenho uma estratégia de actuação definida e clara ?

4. Tenho estabelecidas parcerias empresariais ? Pelo menos tenho tentado fazê-lo? Falei com as Universidades, associações industriais ou empresários ? Explicitei as minhas ideias e ouvi a dos outros?

5. Tenho noção de quanto custa a execução do modelo que defini? Quanto tenho para investir nas infra-estruturas, na imagem, no espaço público, nos equipamentos de apoio (já não falo numa estrutura de gestão para os Pólos I e II)

6. Tenho acompanhado as ambições e os problemas de quem está instalado no Pólo I? E com eles programado a qualificação da Imagem da Zona Industrial? Ou discutidos a questão das infra-estruturas?

7.Tenho tentado fazer com que as “coisas aconteçam” ?

Posso fazer o mesmo raciocínio para o TURISMO para a animação e qualificação urbana e para qualquer área de intervenção no domínio da política municipal… e a conclusão é quase sempre a mesma

Há imenso trabalho a fazer. Como também há um enorme deficit na sistematização, no pensamento e na definição das nossas estratégias.
Pode parecer retórica. Mas não é. Pensar antes de agir, regra geral, garante melhores resultados. È tempo de acabar com as gestões municipais “avulso e a retalho” e é tempo de começarmos a pensar mais um pouco.

terça-feira, junho 20, 2006

Para pensar

Diz Jorge Valdano na sua crónica no jornal " a Bola"

"(...) não importa que a tentativa possa ser imperfeita, importa isso sim que se tente (...) "

Não é mais que isso que eu desejo para uma gestão autárquica: Pensada, com visão global e de futuro, coerente, responsável, equilibrada, criativa e inovadora... será assim tão difícil ? Pelo menos tente-se !...

quinta-feira, junho 15, 2006

ENTREVISTAS E CONTEÚDO


Texto de
João Rua



"O futuro, não tens de o prever, tens de o permitir"
Saint-Exupéry


Há duas formas de encarar a gestão autárquica:
1- Esperar que os promotores ou os privados tenham iniciativa e concretizem projectos e andarmos ao “sabor das marés”
2- Assumir uma ideia ou um projecto para o concelho e “fazer com “que as coisas aconteçam” numa acção lógica, coerente e estruturada (quer tudo isto dizer, numa acção pensada)
É evidente que em Mira prevaleceu (salvo raras excepções) e prevalece a primeira.
Por isso chamamos zonas industriais aos Pólo I e Pólo II, por isso falamos em desenvolvimento do sector do Turismo e por isso ouvimos ou lemos discursos, a falar de emprego e de desenvolvimento.
Quase esquecemos que não existe estratégia alguma para o Turismo, muito menos para as pretensas Zonas Industriais, quanto mais para captação de investimento... aliás, às vezes parece evidente que assumimos, timidamente, apostas estratégicas como o Parque de Negócios e a Incubadora Beira Atlântico Parque, sem o Executivo saber o que é, como fazer, quando e com que nível de investimento...

Basta ler as recentes entrevistas do nosso Presidente … e pensar um pouco… eu, de certa forma fico até constrangido… É isto o que pensa quem toma decisões ?... Atrevo-me a dizer: É pouco!... Desculpem-me mas eu, na qualidade de simples detentor de direito a um voto no universo dos mirenses, eu exijo mais!...

Há quem pense ou, aos poucos, o vá fazendo, mas sejamos realistas, a maioria gosta do que lê… mesmo que esteja a ler qualquer coisa sem sentido e pior que isso, despida de qualquer sentido lógico, coerente ou de estrutura. Mas é o que o povo gosta, dizem uns; e legitimou, reforçam e bem, outros; Mas é ao que sempre nos foram habituando, sempre foi assim, ripostam outros ainda; o resto, são coisas de utópicos e de gajos que se limitam a mostrar as suas habilidades no domínio da “verborreia mental" de quem só sabe criticar, criticam convictamente outros...

É assim que se ganham eleições, é assim que a malta anda entretida e, é assim que poderemos continuar a dizer que “incompetentes foram os outros, os do outro lado" (à nossa escala e ao nosso contexto, os lados são o do PS e o do PSD, logo, tudo o que não encaixe aqui, não existe e o que encaixar, ou está do lado dos bons ou está do lado dos maus, consoante a época)
Resta-nos por isso, tentarmos sem quaisquer complexos ou tabus, discutir o essencial no processo de desenvolvimento do concelho e pelo menos lançar ideias, propor pontos de vista e mostrar disponibilidade para ajudar… Vamos lá ajudar...

Por mim, prefiro alguém que tente inverter este estado de coisas e procure pensar o nosso concelho sem se preocupar, nem tão pouco gastar tempo ou disposição, com as politiquices caseiras já tão tradicionais e enraizadas… Gostava de ouvir ideias, objectivos e programas estruturados… e Nem me atrevo a pedir mais… mas qualquer coisa, já seria bom…