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segunda-feira, janeiro 22, 2007

Desenvolvimento Tecnológico




Opinião de
Carlos Monteiro
Na sequência dos fundos comunitários que estão previstos para Portugal, o Concelho de Ministros aprovou o Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007/2013, que define a aplicação na Qualificação, Competitividade e Desenvolvimento Tecnológico como prioridades.

Os objectivos são por um lado promover a sensibilização para uma real normalização tecnológica nos produtos e serviços, e por outro criar as condições para o desenvolvimento concertado de experiências inovadoras, de novas soluções e de valorização de resultados.
Até porque são alguns empresários, que apostam em jovens universitários para o quadro das suas empresas, apostando na investigação e desenvolvimento.

É claro que nem todas as empresas nasceram de inovações originárias da Universidade. Nem vieram os seus proprietários e executivos, exclusivamente dos quadros ou das salas de aulas de Universidades conceituadas, mas tem sido estes, ao longo dos tempos, quem mais tem apostado em inovação tecnológica.

Penso que a função da Universidade é criar uma atmosfera que facilite trocas intelectuais e informais entre as próprias empresas e instituições de pesquisas, o que é essencial para o desenvolvimento de inovações.

A nossa sociedade foi objecto de um intenso desenvolvimento político tendente a abrir todos os âmbitos da política pública e participação cidadã, enquanto a ciência e a tecnologia são percebidas como algo alheio e distante por alguns cidadãos – ainda que cada vez menos – bem como fazendo uso de um modelo de organização baseado no ideal da autonomia corporativa.
Também é verdade que a universidade é um lugar onde se produz conhecimento. E conhecimento é a base para produtos e serviços inovadores. Por isso, nada melhor do que incentivar jovens universitários a transformar seu talento em soluções para um mercado cada vez mais ávido por inovações tecnológicas.

É necessário reconhecer que o rápido desenvolvimento tecnológico e a globalização não foram totalmente favoráveis ao desenvolvimento das capacidades próprias dos países em desenvolvimento, como é o caso de alguns países Europeus.

Torna-se cada vez mais importante orientar os sistemas de ciência e tecnologia para as necessidades das populações, de forma que propicie um desenvolvimento social integral dos países em que também seja atendida a parte social sem valor de mercado; e abrir as políticas públicas sobre ciência e tecnologia às sensibilidades e opiniões dos cidadãos interessados, de forma que se facilite a viabilidade prática da inovação e se aprofunde a democratização dos sistemas.

E é por esse mesmo motivo que hoje se concretiza como inelutável a criação de pólos e Incubadoras de Empresas de base tecnológica. Como a existente no nosso Concelho. A Incubadora de Empresas dispõem de um fácil acesso ao sistema científico e tecnológico e de um ambiente que proporciona o alargar de conhecimentos em matérias como a Qualidade, gestão, marketing e o contacto com mercados nacionais e internacionais.

Depois de duas décadas de abundantes recursos nacionais e comunitários votados à formação profissional, quais são os resultados, qual é o grau de aptidão, quais são as competências profissionais dos portugueses para enfrentarem uma economia em constante mutação? O baixo nível de qualificação dos recursos humanos em Portugal aí está para confirmar os resultados decepcionantes, os fracassos de duas décadas de “formação profissional”.

Alterar esta lógica e situações torna-se inadiável. Passando de um sistema de formação baseado na oferta para modalidades de formação tecnológica, organizadas a partir das necessidades de qualificação das pessoas e das competências profissionais requeridas pelas empresas e pelas actividades económicas. É preciso desenvolver uma consistente análise prospectiva dos perfis profissionais necessários para o reforço da produtividade e da competitividade em sectores-chave, viáveis, da economia portuguesa.

Esclareça-se que esta situação não é uma falha deste governo, não é uma falha do anterior governo. Este é um falhanço cuja responsabilidade tem de ser imputada a todos os governos.
É preciso ter coragem para estabelecer prioridades, elaborar uma política industrial que decorra de uma política social, científica e tecnológica. A ciência é a base da tecnologia, e esta é o instrumento que rege a produção de bens, que, por sua vez, gera riqueza ao país e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

AIBAP - Soluções para uma Demissão



Opinião de
João Rua



Surpreendeu-me muito o pedido de demissão do Presidente da Autarquia do Conselho de Administração da Associação Beira Atlântico Parque (AIBAP)

Com a sua demissão, na minha opinião, criou um problema. E como presidente da Autarquia só lhe resta agora a alternativa de o resolver. Eu, na minha mera e insignificante função de vereador sem Pelouro, critico a sua opção mas não deixo de apresentar uma solução.

Vamos então ao problema.

Demitindo-se deixa claro que não se trata de uma aposta e muito menos de um Projecto da Autarquia. Deixando a liderança, e vão-me desculpar-me o termo “ por problemas de trinca espinha”, deixa claro que não quis e que não quer ter nada a ver com o projecto. Se por acaso não concorda ou não concordava com o modelo de gestão instituído não deve demitir-se. Deve demitir. Essa é a responsabilidade de quem preside e de quem tem poder de decisão. E como os problemas que invoca para sustentar a sua demissão são praticamente todos de índole e responsabilidade municipal, parece óbvio que a haver demissão nunca poderia ser do Conselho de Administração da AIBAP.

O problema é que o Projecto é um excelente projecto e pode mudar o concelho. Mas a lei das oportunidades costuma ensinar que “um comboio raramente ou nunca passa duas vezes na mesma estação”... Ou o apanha e o agarra com as duas mãos ou fica com toda a responsabilidade pelo atraso e pelo falhanço.

Escolheu demitir-se. Pois bem, tem agora duas soluções e uma obrigação para evitar o falhanço do Projecto e como é óbvio o constrangimento e até mesmo a ridicularização institucional da Autarquia.

Quanto a soluções agora não abundam. Mas existem.

As soluções são duas: Ou luta para que a Universidade de Aveiro (UA) tome o controle do projecto reforçando a sua posição no Conselho de Administração porque de facto a UA estava e julgo está interessadíssima no Projecto e tem pessoas competentes para o levar em frente ou mantém a liderança municipal no Conselho de Administração...Neste caso, atrevo-me a sugerir, sem desprimor para ninguém, entregue essa responsabilidade ao Vereador Miguel Grego e dê-lhe todo o apoio. Mas não finja que apoia. Apoie mesmo. Acredito que assim as coisas evoluam no sentido positivo.

A obrigação só pode ser a de cumprir com o que a Autarquia se comprometeu quando disputou com outros concelhos a localização e a instalação da Incubadora. Disponibilizar 50.000 m2 de terreno infra estruturado e completar o investimento com cerca de 300.000 € para realizar a sua participação no capital social em todo este projecto.

Como soluções para a capacidade de investimento sugiro mais uma vez que olhe para a Zona Industrial do Montalvo. Use os terrenos do Montalvo para estabelecer um processo de negociação com base em permutas de terrenos e use as receitas provenientes da venda de inertes e de pinheiros para financiar uma aposta que pode ser estruturante para o futuro de Mira.
E seja criterioso e rigoroso na gestão deste capital. Verá que afinal não é assim tão difícil levar o projecto a bom Porto....